Quarta-feira, 06 de dezembro-(12) de 2023
Matéria do PBAgora
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Os motoristas das
categorias C, D e E poderão ser multados a partir do dia 28 de janeiro se não
estiverem com o exame toxicológico em dia. O prazo final para realizar é 28 de
dezembro. Após 30 dias o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê infração
gravíssima.
A multa estava suspensa desde 2022, após uma medida provisória. Na
época, o governo havia justificado que a pandemia e o aumento do preço dos
combustíveis dificultavam a realização do exame. No entanto, o presidente Lula
sancionou, em junho deste ano, a Lei Federal 14599/23 que retoma a
obrigatoriedade.
O especialista em trânsito Artur Morais explica qual a função do
exame e por que ele garante mais segurança.
“É um teste que detecta alguma substância psicoativa nos últimos
90 dias. Serve para detectar se o motorista está utilizando alguma droga,
porque essas drogas fazem com que ele tenha problemas ao dirigir, perde
concentração, noção de segurança, de lateralidade, profundidade e bota em risco
todos que estão no trânsito”, explica.
O exame tem validade de 30 meses, pode ser feito em clínicas
credenciadas e custa em média R$ 135. Quem não realizar o teste, pagará uma
multa de R$ 1.467,35 e levará sete pontos na CNH.
Acidentes
Os números de acidentes nas rodovias brasileiras chamam a atenção.
No primeiro semestre deste ano, a PRF registrou 9.057 acidentes em rodovias
federais apenas relacionados à reação tardia dos motoristas, que pode ser
provocada pela falta de atenção, inclusive por uso de alguma substância. Essas
ocorrências resultaram em 567 mortes e 10.142 feridos.
A pesquisadora do departamento de Psicologia Social e Trabalho da
Universidade de Brasília (UnB) Zuleide Feitosa diz que o exame toxicológico é
importante para reduzir os números de acidentes nas estradas.
“As rodovias brasileiras são mortíferas e muitos desses acidentes
que são mortais, tirando a vida do próprio condutor, de outros condutores e
passageiros que estão na estrada, são por conta da falta responsabilidade de
uma única pessoa que tomou uma decisão inconsequente e trouxe transtornos para
várias famílias simultaneamente”, avalia.
No ano passado foram gastos, aproximadamente, R$ 13,4 bilhões em
decorrência de acidentes, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT),
o que representa o dobro do que foi investido pelo governo em obras de
infraestrutura nas rodovias.
Por: PB Agora