Segunda-feira, 08 de janeiro-(02) de 2024
Matéria da Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Os brasileiros ainda não sacaram
R$ 7,51 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de
novembro, informou nesta segunda-feira (8) o Banco Central (BC). Até agora, o
Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 5,55 bilhões, de um total de R$
13,06 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de
defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de novembro,
17.379.507 correntistas haviam resgatado valores. Isso representa apenas 28,86%
do total de 60.225.711 correntistas incluídos na lista desde o início do
programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 16.504.231 são pessoas
físicas e 875.276 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o
resgate, 39.786.602 são pessoas físicas e 3.059.602 são pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o
saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10
concentram 63,38% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100
correspondem a 25,21% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam
9,69% dos clientes. Só 1,71% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto
em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento
e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em março,
informou o BC, foram resgatados R$ 505 milhões esquecidos. Em outubro, foram
retirados R$ 178 milhões, queda em relação ao mês anterior, quando tinham sido
resgatados R$ 264 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de
telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e
inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do sistema. Também
haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a
consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento
ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores
de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou
representante legal. Assim como nas consultas para pessoas vivas, o sistema
informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais
transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate
de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as
informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Fontes de recursos
Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não
estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré
ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e
distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para
devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já
disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente
ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de
ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos
de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas
de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes
de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de
valores esquecidos. A instituição ressalta que todos os serviços do Valores a
Receber são totalmente gratuitos, que não envia links, nem entra em contato
para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que
aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O
banco também pede que nenhum cidadão forneça senhas e destaca que ninguém está
autorizado a fazer tal tipo de pedido.
Por: Agência Brasil