Quinta-feira, 14 de março de 2024
De acordo com a Febraban, poderão ser
negociadas dívidas no cartão de crédito, cheque especial, crédito consignado e
demais modalidades de crédito
(Foto:
Pixabay)
Os bancos e as instituições financeiras
do país farão uma ação nacional de renegociação de dívidas a partir desta
sexta-feira (15), informou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
O Mutirão de Negociação e Orientação
Financeira, promovido em parceria com o Banco Central, Procons e a Senacon
(Secretaria Nacional do Consumidor), visa fornecer condições melhores de
negociação para clientes inadimplentes. A campanha vai até 15 de abril, e a
lista de instituições participantes pode ser conferida neste link
(https://meubolsoemdia.com.br/Materias/mutirao-da-negociacao).
De acordo com a Febraban, poderão ser negociadas dívidas no cartão
de crédito, cheque especial, crédito consignado e demais modalidades de crédito
contratadas junto a instituições financeiras -desde que não estejam prescritas
ou com bens dados em garantia, como motos, veículos, imóveis, entre outros.
Não há limite de
valor das contas em atraso ou delimitação de faixas de renda. A Febraban,
porém, afirma não indicar o mutirão para consumidores assegurados pela Lei do
Superendividamento, uma espécie de proteção legal à pessoa física
excessivamente endividada que pode pedir, na Justiça, a repactuação dos
débitos.
A recomendação do
órgão é que os ditos “superendividados” entrem em contato com o Procon para
pedir orientação.
A negociação
poderá ser feita diretamente com o banco ou instituição credora por meio de
canais oficiais de atendimento e pelo portal consumidor.gov.br. É preciso ter
conta Gov.br nível prata ou ouro para acessar a plataforma.
O mutirão se soma
a outras iniciativas do tipo, como o programa Desenrola Brasil do governo
federal, que renegociou mais de R$ 24,2 bilhões em volume financeiro e
beneficiou 2,7 milhões de consumidores no ano passado.
“O mutirão
nacional é mais uma iniciativa dos bancos para reduzir o endividamento e trazer
alívio financeiro às famílias endividadas”, afirmou Amaury Oliva, diretor
executivo de Cidadania Financeira da Febraban, em nota.
“A renegociação de
dívidas inclui redução de taxas, extensão dos prazos para pagamento, alteração
nas condições de pagamento, migração para outras modalidades de crédito mais
baratas, de acordo com a política de cada instituição participante.”
A ação ainda
fornecerá conteúdos sobre educação financeira e acesso a canais como o Registrato,
um sistema do Banco Central que permite acessar a lista de dívidas no nome do
consumidor.
O percentual de
famílias com dívidas, em atraso ou não, chegou a 78,1% em janeiro deste ano,
segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo). O número ficou acima dos 77,6% de dezembro e dos 78% de janeiro do
ano passado, mas a parcela de inadimplentes recuou a 28,3% -o menor valor desde
março de 2022.
O percentual
daqueles que não terão condições de pagar as contas ficou em 12% no primeiro
mês de 2024, abaixo dos 12,2% de dezembro, mas ainda acima dos 11,6% do mesmo
período do ano passado.
Por: Folhapress