Quinta-feira, 14 de março de 2024
Estudo do Instituto
Fome Zero mostra ainda que 20 milhões de pessoas deixaram de sofrer de
insegurança alimentar em 2023, uma redução de 30% do total (grave + moderada)
no país
13 milhões de
pessoas deixaram de passar fome no Brasil e 20 milhões de pessoas deixaram de
sofrer de insegurança alimentar moderada em 2023, aponta pesquisa
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Fome Zero (IFZ),
encomendada pelo Ministério Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate a Fome, aponta que 13 milhões de pessoas deixaram de passar fome no
Brasil e 20 milhões de pessoas deixaram de sofrer de insegurança alimentar
moderada em 2023. O resultado, de acordo com o MDS, representa uma redução de
30% da insegurança alimentar total (grave + moderada) no país.
Quando se considera somente o grupo de pessoas com insegurança
alimentar grave, a queda foi ainda maior de quase 40%: de 33 milhões de pessoas
que passavam fome no primeiro trimestre de 2022, último ano do governo
Bolsonaro, o número passou para 20 milhões no quarto trimestre de 2023.
“O governo federal está trabalhando para tirar o Brasil do
Mapa da Fome mais uma vez”, reafirmou o presidente Lula, ao anunciar a boa
notícia em postagem na rede social X (antigo Twitter).
O estudo estimou o impacto do aumento do salário mínimo e dos
repasses do Programa Bolsa Família sobre a população brasileira no primeiro ano
do governo Lula, comparando microdados da PNAD (esquisa Nacional de Amostragem Domiciliar)
do primeiro trimestre de 2022 com os do último trimestre de 2023.
O resultado mostrou uma diminuição de 20 milhões de pessoas que
sofriam de insegurança alimentar grave e/ou moderada e uma redução de 8 milhões
no número de pessoas com insegurança alimentar grave em apenas um ano de
governo Lula. Isso representa uma redução da insegurança alimentar no
Brasil de 30%. O nível de insegurança alimentar grave voltou aos patamares de
2020, antes da pandemia.
“Embora ainda haja um longo caminho pela frente, o acerto das
medidas de aumento do valor do salário mínimo e dos repasses do programa Bolsa
Família, bem como a redução da inflação dos alimentos, demonstram que estamos
no caminho certo para retirar novamente o Brasil do Mapa da Fome”, afirma José
Graziano, diretor geral do IFZ.
Bolsa
Família
Para o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família
e Combate a Fome, Wellington Dias, a retomada do Programa Bolsa Família foi
fundamental para que esses resultados fossem alcançados.
“O Bolsa Família não é só transferência de renda, é uma política
de vida”, enfatizou. “Com o novo Bolsa Família, há o modelo de transferência de
renda, mas levando em conta o tamanho da família e a sua composição, onde há
crianças, o valor per capita é maior. Consequentemente, as pessoas estão
conseguindo voltar a ter acesso ao alimento de qualidade”, completou.
A estimativa feita pelo IFZ, a partir de modelos matemáticos,
procurou sanar a atual carência de informações existentes sobre os níveis
atuais de insegurança alimentar e nutricional da população
brasileira. Segundo o Instituto, uma nova aferição específica será
possível através da aplicação da EBIA pelo IBGE em escala nacional numa das
suas pesquisas regulares, o que deverá ocorrer ainda no primeiro semestre deste
ano.
Compromisso
A retirada do Brasil do Mapa da Fome, como ocorreu em 2014,
durante o governo Dilma Rousseff, é a maior prioridade do governo, como tem
repetido o presidente Lula.
“Nós já acabamos com a fome uma vez no Brasil. Em 2014, a ONU
anunciou que a fome tinha sido terminada no Brasil. Depois, a fome voltou por
conta do descaso”, disse Lula, na segunda-feira (11), durante entrevista ao SBT
Brasil.
Na ocasião, ele reafirmou que “o problema da falta de comida na
mesa das pessoas não é nem a falta de produção no campo e nem a falta de
vontade das pessoas de ter acesso ao alimento, é que falta recursos”.
“Nós temos no mundo hoje por volta de 735 milhões de seres
humanos que vão dormir toda noite sem ter o que comer. Enquanto isso, o mundo
produz alimento para todo mundo. O que precisa é ter dinheiro para as pessoas
comprarem esse alimento. Na hora que tem dinheiro pra comprar, as pessoas vão
produzir mais. Na hora que as pessoas produzirem mais, as pessoas vão comprar
mais. Aí você cria um círculo virtuoso, e todo mundo vai comer”, acrescentou.
O combate à insegurança alimentar no mundo é uma prioridade de
Lula também como presidente temporário do G20, grupo que reúne 19 das maiores
economias do mundo mais a União Africana e a União Europeia. Uma das novidades
da presidência brasileira foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a
Pobreza, para a qual os países do grupo estão sendo convidados a participar.
Durante a entrevista, Lula voltou a criticar os países que
preferem gastar bilhões de dólares em guerras e armas do que combater a fome e
a pobreza.
“O mundo gastou, no ano passado, 2 trilhões, 220 bilhões de
dólares em armamentos. Esse dinheiro poderia ser gasto, uma parte dele, para
resolver o problema da pobreza no mundo. Não é só a comida. É que você, para
acabar com a fome, você tem que gerar desenvolvimento. Desenvolvimento gera
indústria. Indústria gera emprego. Emprego gera salário, que gera mais consumo
e que gera um círculo virtuoso de desenvolvimento do Brasil. Nós vamos acabar
com a fome outra vez no Brasil”, afirmou.
Por: Assessoria do PT com MDS