Quarta-feira, 13 de março de 2024-(03) de 2024
Victor Hugo Lima Duarte, ex-diretor
de Relações Públicas e operador financeiro da empresa, é o 12º condenado no
caso do esquema de pirâmide financeira
Empresa tem sede em Campina Grande e filiais em São Paulo e
Fortaleza (Foto: Camila Ferreira/Braiscompany)
O ex-diretor de Relações Públicas e operador financeiro da
Braiscompany, Victor Hugo Lima Duarte, foi condenado a 36 anos e 8 meses de
prisão. A sentença foi proferida pelo juiz Vinícius Costa Vidor, da 4ª Vara
Federal em Campina Grande.
Na sentença, o
juiz destacou que Victor foi “responsável pela captação e gestão de carteira de
clientes de mais de cinco milhões de reais e realizado movimentação contínua de
ativos financeiros desviados de clientes em suas contas pessoais em favor dos
mentores do esquema criminoso”.
O texto também
destaca que a investigação identificou depósitos na conta pessoal de Victor,
feitos por vítimas do golpe, que chegaram a R$ 1 milhão.
A pena é
decorrente da prática dos crimes de operação de instituição financeira sem
autorização, emissão, oferecimento ou negociação irregular de títulos ou
valores mobiliários, apropriação indébita financeira, lavagem de capitais
e organização criminosa.
A defesa de Victor
afirmou que irá recorrer da decisão no Tribunal Regional Federal da 5ª Região
(TRF-5) que pedirá um habeas corpus para que ele responda o processo em
liberdade.
Victor Hugo é o
12º condenado no caso do esquema de pirâmide financeira envolvendo a empresa,
sediada em Campina Grande. A pena dele é a 3ª maior entre os condenados no
caso.
Outros condenados pela Justiça:
-Antônio
Inácio da Silva Neto: 88 anos e 7 meses
-Fabrícia
Farias: 61 anos e 11 meses
-Mizael
Moreira da Silva: 19 anos e 6 meses
-Sabrina
Mikaelle Lacerda Lima: 26 anos
-Arthur
Barbosa da Silva: 5 anos e 11 meses
-Flávia
Farias Campos: 10 anos e 6 meses
-Fernanda
Farias Campos: 8 anos e 9 meses
-Clélio
Fernando Cabral do Ó: 19 anos
-Gesana
Rayane Silva: 14 anos e 6 meses
-Deyverson
Rocha Serafim: 5 anos.
Entenda o caso
Desde fevereiro de 2023, a
empresa Braiscompany é alvo de uma ação na Justiça devido
a atrasos nos pagamentos mensais previstos em contratos de investimento, se
tornando o centro de uma série de acontecimentos que abalaram o mercado
financeiro e que trouxeram prejuízos significativos para seus clientes.
A partir daí, uma
investigação da Polícia Federal revelou um esquema de pirâmide financeira.
Ainda no mesmo mês, cerca de R$ 15,3 milhões
foram bloqueados nas contas de investigados durante a Operação Halving da
Polícia Federal.
Este valor se soma aos R$
45,1 milhões previamente bloqueados em contas bancárias da empresa e dos sócios Antônio
Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias Campos. Em abril de 2023, o número de
reclamações já havia ultrapassado 3.300. As denúncias dos clientes recebidas
pelo MP-Procon somaram um prejuízo de aproximadamente R$ 258,2 milhões.
Em junho do mesmo
ano, funcionários ligados à empresa foram presos pela Interpol. Já em julho, novos mandados
de busca e apreensão foram cumpridos, revelando uma
movimentação total de cerca de R$ 2 bilhões em criptoativos vinculados aos
suspeitos ao longo dos últimos quatro anos.
O montante a ser
reparado em danos patrimoniais totaliza R$ 277 milhões, enquanto o dano
coletivo é estimado em R$ 100 milhões. O golpe aplicado pelos sócios da
Braiscompany contra investidores foi calculado em cerca de R$ 400 milhões de
dólares.
A situação atingiu
seu ápice em fevereiro de 2024, quando o casal responsável pela Braiscompany
foi condenado a 149 anos de prisão. No entanto, eles conseguiram fugir e viver
clandestinamente na Argentina, utilizando identidades falsas e desfrutando de
um estilo de vida luxuoso.
Antônio e Fabrícia
permaneceram foragidos até o dia 29 de fevereiro deste ano, quando foram presos pela
Interpol na cidade de Escobar, na Argentina.
Agora, a Justiça
Federal da Paraíba busca sua extradição para que possam responder pelos crimes
cometidos no Brasil. Os dois países têm um acordo que permite a extradição.
Por: Portal Correio