Quarta-feira, 13 de março de 2024-(03) de 2024
Matéria da Agência Brasil
O Ministério da Saúde passou a recomendar o uso de testes rápidos para
diagnóstico e fechamento de casos de dengue.
De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel
Maciel, foi elaborada uma nota técnica para orientar estados e municípios sobre
o uso de testes rápidos para dengue.
“Já iniciamos a compra para distribuição”, disse Ethel, em entrevista
coletiva. A secretária lembrou que outros testes para diagnóstico de dengue,
como o RT-PCR, amplamente utilizado durante a pandemia de covid-19, são mais
sensíveis na detecção do vírus. Entretanto, em meio à explosão de casos de
dengue no país, o Ministério da Saúde decidiu recomendar teste rápido para o
diagnóstico de dengue com a devida orientação aos profissionais de saúde das
redes estaduais e municipais.
De acordo com a coordenadora-geral de Laboratórios de Saúde Pública,
Marília Santini, o teste rápido recomendado pelo ministério deve ser realizado
entre o primeiro e o quinto dia de sintomas, período em que a maioria dos
pacientes busca um serviço de saúde.
Mesmo em casos de resultado negativo, o paciente deve ser monitorado e
ações estratégicas, como a hiper-hidratação, devem ser adotadas, reforçou.
Ainda segundo Marília, para casos graves e mortes suspeitas por dengue,
a orientação da pasta permanece sendo a realização de exame laboratorial, e não
do teste rápido, uma vez que este tem limitações, como a incapacidade de
rastrear o sorotipo de dengue que causou o agravamento do quadro ou o óbito do
paciente.
Marília confirmou também tratativas com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para comercialização de autotestes para dengue no Brasil.
A informação foi antecipada pelo diretor-presidente da Anvisa, Antonio
Barra Torres, em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de
Comunicação (EBC).
“Tivemos duas reuniões com a Anvisa”, disse Marília, ao detalhar que o
teste rápido e o autoteste são essencialmente o mesmo dispositivo, sendo o
primeiro é conduzido por um profissional de saúde e o segundo, pelo próprio
paciente.
Marília lembrou que, diferentemente do cenário de covid-19, em que o
autoteste contribui para interromper a transmissão do vírus por meio do
isolamento, o autoteste de dengue não contribui nesse aspecto, já que a doença
só pode ser transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. “A
gente ainda está iniciando uma discussão técnica.”
Por: Agência Brasil