Terça-feira, 19 de marco-(03) de 2024
Esforço para melhorar percepção da sociedade ocorre na esteira de
pesquisas de opinião sobre a avaliação do governo
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, na reunião ministerial desta
segunda-feira 18), que seus auxiliares busquem maneiras de fazer com que a
população possa enxergar os resultados das políticas públicas do governo.
O
esforço para melhorar a percepção da sociedade sobre as ações tomadas Executivo
— e seus resultados — ocorre na esteira de pesquisas de opinião que registraram
oscilações negativas para a popularidade de Lula e de sua gestão.
Segundo
Rui Costa, o presidente pediu que os ministros revisitem os projetos lançados
no ano passado e busquem sua concretização. “E que a gente procure agregar em
indicadores que sejam compreensíveis pela população, os resultados do governo,
os resultados da economia, os resultados das coisas que estamos fazendo”. Ele e
outros integrantes do governo disseram vem como “naturais” as variações dos
índices de avaliação.
Para o ministro da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência, Paulo Pimenta (PT), as pesquisas oferecem um retrato de uma
situação “complexa” e “sofisticada”, constituída a partir de um conjunto de
fatores. Pimenta diz que, além dos eleitores de Lula e dos eleitores de
Bolsonaro, há uma massa de mais de 20% da população que não se pronunciou nas
eleições presidenciais em 2022 ao optar por votar nulo, em branco, ou se
abster.
“A
avaliação positiva do governo, ela oscilou e ela oscila em torno de 39%, de
37%, 36%, dependendo da pesquisa. Ela nunca saiu da margem de erro”, disse
Pimenta a jornalistas.
“Bolsonaro fez 37% (nas urnas). Nós temos uma avaliação ‘ruim/péssimo’ abaixo
disso. E temos um ‘regular’ que oscila aí entre 30%, 36%. O que varia
geralmente nas pesquisas é a posição desses regulares. Como é que nós vamos
dialogar com os regulares? Vamos dialogar, basicamente, a partir das políticas
públicas”, argumentou o ministro responsável pela estratégia de comunicação do
governo.
Ele
manifestou ainda a expectativa de que as famílias comecem a perceber mudanças
na qualidade de vida ao longo deste ano, quando espera que poderão ser colhidos
resultados de ações tomadas pelo governo no ano passado. “Não dá para você
imaginar que as pessoas vão perceber uma melhoria real na qualidade da sua vida
até que a política pública chegue lá. O presidente Lula tem muita clareza
disso”, afirmou o ministro, lembrando que ainda entram como componentes da
imagem do governo a polarização já identificada no país e uma consequente
“trava de avaliação”.
Meta fiscal
Na
entrevista coletiva, Rui Costa disse que o tema da mudança da meta fiscal para
este ano não está posto e afirmou que a discussão sobre planejamento
orçamentário no governo se dará somente após a divulgação de um relatório sobre
receitas e despesas previsto para os próximos dias. “Isto não está posto no
momento e nós só conversaremos sobre este tema ou qualquer outro relacionado à
execução orçamentária ou planejamento orçamentário a partir do relatório do
bimestre”.
A Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 enviada pelo Executivo e aprovada pelo
Congresso no ano passado prevê zerar o déficit primário neste ano, mas o
cumprimento da meta depende da efetivação de medidas legislativas que garantam
um aumento da arrecadação federal.
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tem reiterado confiança em cumprir a
meta fiscal de 2024, ao mesmo tempo que tem ressaltado a necessidade de uma
harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário para chegar ao objetivo.
Apesar
da insistência de Haddad em manter a meta de zerar o déficit primário neste
ano, Lula já deu declarações que apontam um compromisso menor do presidente com
a meta defendida pelo chefe da Fazenda. No mês passado, por exemplo, Lula disse
em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que “se der” para zerar o
déficit, “ótimo, mas, se não der, ótimo também”.
Por: Infomoney.com.br