Quinta-feira, 18 de abril-(04) de 2024
Nísia Trindade ainda deixou em aberto
a possibilidade de aumentar a faixa etária, como acima de 4 e abaixo de 60 anos
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Nísia Trindade presta esclarecimentos no Senado (Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado) |
A ministra da Saúde, Nísia
Trindade, anunciou via redes sociais nesta quinta-feira (18) a ampliação
da vacina da dengue na rede pública diante da possibilidade de vencimento dos
imunizantes em determinados municípios. Agora, crianças e jovens de 6 a 16 anos
podem receber a primeira dose. Anteriormente, o imunizante estava liberado para
crianças de 10 a 14 anos.
“Estamos ampliando, de forma
temporária, a faixa etária para as vacinas da dengue que vencem no dia 30 de
abril nos municípios que estejam com risco de perdê-las. Em um primeiro
momento, orientamos que elas sejam estendidas às crianças e jovens de 6 a 16
anos”, escreveu Nísia.
A ministra da Saúde ainda deixou em
aberto a possibilidade de ampliação da vacina para outras faixas etárias, como
acima de 4 anos e abaixo de 60 anos. “Em último caso, elas podem ser ampliadas
para todas as pessoas para as quais a Anvisa aprovou a vacina: na faixa etária
entre 4 e menos de 60 anos. A segunda dose estará garantida para todos que se
vacinarem”, acrescentou.
Estamos ampliando, de forma
temporária, a faixa etária para as vacinas da dengue que vencem no dia 30 de
abril nos municípios que estejam com risco de perdê-las. Em um primeiro
momento, orientamos que elas sejam estendidas às crianças e jovens de 6 a 16
anos. (+)
A medida foi tomada pelo governo diante
do risco de vencimento de imunizantes. O governo do Distrito Federal, por
exemplo, deve aplicar neste mês de abril 8 mil doses da vacina que estão
com a data de validade próxima ao vencimento. “Nosso principal objetivo
até o dia 30 de abril é garantir a aplicação de 8 mil doses de vacina que estão
próximas ao vencimento”, afirmou a secretária de Saúde do Distrito Federal,
Lucilene Florêncio, ao R7, parceiro nacional do Portal Correio.
Mortes e casos
Na última segunda-feira (15), o Brasil
registrou 1.385 mortes confirmadas por dengue deste o começo do ano,
o que significa que, pelo terceiro fim de semana seguido, o país teve
aumento no número de mortes. Outras quase duas mil mortes estão sendo investigadas.
O país registrou 3.289.639 casos prováveis da doença em 2024. A secretária de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que,
no “pior dos cenários”, os casos de dengue do país devem chegar a 4,2
milhões.
São Paulo é a unidade da federação com
mais óbitos registrados em 2024, com 276, seguido pelo Distrito Federal (237),
Minas Gerais (231), Paraná (153) e Goiás (110). Somadas, as cinco UFs acumulam
72% do total de óbitos. Segundo o painel de dengue do Ministério da Saúde, o
Distrito Federal é a unidade da federação com maior taxa de incidência de casos
prováveis, com 7.795 casos por 100 mil habitantes. Minas Gerais, Paraná,
Espírito Santo e Goiás aparecem em seguida, somando 56% do número absoluto de
casos.
No início deste mês, Nísia fez uma
coletiva de imprensa em que anunciou que o Brasil apresenta 12 estados
estáveis, 8 com tendência de queda e 7 com tendência de aumento do número
de casos de dengue. “A dengue é uma doença que nunca se manifesta igual em todo
o Brasil. Nós começamos com número de casos exponenciais em janeiro, sobretudo
na região Centro-Oeste, e hoje temos oito estados com tendências claras de
queda: Amazonas, Acre, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais,
Piauí e Roraima”, disse Nísia.
“12 estados com estabilidade no número
de casos: não está crescendo, mas ainda não começou a queda acentuada. São
eles: Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São
Paulo, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins. E são 7 estados
com tendência de aumento: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul,
Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe”, acrescentou.
2024 x 2023
Em 107 dias, com 3.310.484 registros,
o Brasil registrou mais que o dobro de casos prováveis de dengue do que
todo o ano passado. Nos 12 meses de 2023, o país registrou 1.649.144 casos
prováveis. Este ano, 1.457 mortes foram confirmadas como sendo causadas por
dengue e outras 1.929 estão sendo investigadas, segundo dados do painel de
monitoramento da dengue atualizado na manhã desta quarta-feira (17) pelo
Ministério da Saúde. A secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde, Ethel Maciel, disse que, no “pior dos cenários”, os casos de dengue do
país devem chegar a 4,2 milhões.
Por: Plínio Aguiar, do R7, em
Brasília