Segunda-feira, 01 de maio-(05) de 2024
MPF registrou nova
denúncia contra os donos da Braiscompany e associados a eles, no âmbito das
investigações sobre a atuação da empresa no ramo dos criptoativos e pela falta
de pagamentos a clientes na Paraíba e no Brasil.
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Foto: Reprodução/Jornal Clarin |
O
Ministério Público Federal (MPF)
registrou nova denúncia contra os donos da Braiscompany e associados a eles, no
âmbito das investigações sobre a atuação da empresa no ramo dos criptoativos e
pela falta de pagamentos a clientes na Paraíba e no Brasil. Agora, os
procuradores do MPF apontam que Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos são
suspeitos de lavagem de dinheiro, “inclusive para se desfazer do seu patrimônio
em imóveis e bens móveis de alto valor (a exemplo de uma aeronave)”, segundo
relatado em trecho da denúncia, como apurou o ClickPB. Joel Ferreira de Souza é
apontado como o doleiro responsável pela operação da lavagem de dinheiro.
Segundo
o MPF, a investigação encontrou, principalmente na análise dos dados
telemáticos, “elementos demonstrativos de que, ao longo de toda a atividade
empresarial, mas especialmente na fase final de desmoronamento da empresa, os
sócios ANTÔNIO NETO e FABRÍCIA FARIAS realizaram operações financeiras ilícitas
de grande porte e típicas de atos de lavagem de capitais com JOEL FERREIRA DE
SOUZA, inclusive para se desfazer do seu patrimônio em imóveis e bens móveis de
alto valor (a exemplo de uma aeronave).”
Foram
denunciados Antônio Inácio da Silva Neto (Antônio Neto Ais) e Fabrícia Farias
Campos, donos da Braiscompany, além de Victor Augusto Veronez de Souza, Joel
Ferreira Souza, Mizael Moreira Silva, Clélio Fernando Cabral do Ó e Gesana
Rayane Silva. A denúncia é assinada pelos procuradores da República Acácia
Soares Peixoto Suassuna e Bruno Barros Assunção.
No
documento, é detalhada toda operação financeira apontada como sendo do esquema
de lavagem de dinheiro. Em um dos trechos, os procuradores citam que Neto Ais
pagou R$ 35 mil a Joel Ferreira como taxa de 3,5% pelo serviço. “A única
explicação plausível para a operação é a de que a empresa aceitou o pagamento
de taxa de comissão a um intermediário com a finalidade de não precisar
liquidar o valor em criptoativos e sacá-lo na agência bancária, gerando a
necessidade de comunicação da instituição financeira ao COAF”, diz a denúncia.
Em
outro trecho, os procuradores detalham como cada um atuava: “há indícios
concretos de autoria porque (a) JOEL FERREIRA comandava o escritório
profissional de lavagem de capitais, participando de todas as tratativas
narradas; e (b) ANTÔNIO NETO e FABRÍCIA FARIAS, como sócios da empresa
Braiscompany, participaram diretamente das tratativas com JOEL FERREIRA sobre
valores, taxas, formas de entrega e transferência etc….e (c) GESANA ALVES,
atuando fora das atribuições da função de consultora (gerente select) da
empresa Braiscompany e em descompasso com os seus atos normativos internos;
auxiliou na prática dos atos de lavagem, tendo sido a responsável por coletar
parcela do valor da operação em espécie (R$ 1.750.000,00), no escritório de
JOEL FERREIRA.”
Após longo
tempo foragido, Antônio Neto Ais foi preso na Argentina, onde segue detido até
decisão do governo argentino sobre sua extradição. Fabrícia Campos foi presa,
inicialmente, mas depois foi colocada em liberdade provisória. Neto Ais e
Fabrícia e outros réus já foram condenados em uma das ações apresentadas na
Justiça.
Por: Lucas Isídio - ClickPB