Terça-feira, 23 de julho-(07) de 2024
Também estão na lista de regiões vulneráveis o sudeste asiático,
o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho
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(Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília) |
Um estudo elaborado por cientistas da Nasa aponta que o Brasil
pode se tornar inabitável em 2070, segundo modelos climáticos feitos com o
auxílio de satélites.
Conforme o portal R7, parceiro nacional do Portal Correio, na lista de regiões
vulneráveis também estão o sudeste asiático, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho.
O trabalho foi conduzido pelo cientista Colin Raymond, do Laboratório de
Propulsão a Jato da agência, que criou projeções de temperaturas para analisar
os extremos climáticos.
Os pesquisadores
afirmam que as ondas de calor, cada vez mais comuns, quase dobraram nos últimos
40 anos. O cenário preocupa cientistas de todo o mundo. O estresse térmico é
uma das principais causas de mortes relacionadas ao clima nos Estados Unidos a
cada ano, por exemplo. Para tentar calcular os impactos das altas temperaturas,
os envolvidos no estudo passaram a calcular a temperatura de bulbo úmido.
Temperatura
de bulbo úmido
Essa medida é a
temperatura mais baixa à qual um objeto pode esfriar quando a umidade evapora
dele. Ou seja, quanto mais baixa for a temperatura do bulbo, mais fácil será o
resfriamento. E é com essa medida que os pesquisadores conseguem medir o quanto
nossos corpos esfriam através da transpiração quando está quente e úmido, e se
as temperaturas altas podem prejudicar esse processo e se tornarem prejudiciais
a nossa saúde.
Segundo Raymond, a
temperatura de bulbo úmido mais alta que humanos podem sobreviver é 35 °C por
pelo menos seis horas.
O problema já
existe
As temperaturas
cada vez mais altas já são uma realidade em todo o planeta. Desde 2005, índices
maiores do que 35 °C já foram registrados em nove ocasiões distintas, em locais
como o Paquistão e o Golfo Pérsico.
“Pense em quando
você sai de um banho quente. A água evapora do seu corpo e você se sente mais
fresco. Mas se estiver quente ou úmido (ou ambos) no ambiente, será mais
difícil sentir frio. Essa sensação está diretamente relacionada ao que a
temperatura do bulbo úmido está medindo”, explica o estudo.
Impactos
Uma vez que as
temperaturas chegam próximas à marca máxima, o ser humano perde a capacidade de
se resfriar e, com isso, várias mudanças no corpo acontecem. Os órgãos ficam
estressados, especialmente o coração. O sangue corre para a pele para tentar
liberar calor, prejudicando a circulação nos outros órgãos.
“Uma vez que a
temperatura do bulbo úmido excede 35 °C, nenhuma quantidade de suor ou outro
comportamento adaptativo é suficiente para reduzir seu corpo a uma temperatura
operacional segura”, disse Raymond. O fenômeno afeta principalmente idosos,
pessoas que trabalham ao ar livre e indivíduos com comorbidades.
Locais
críticos
Raymond diz que é
difícil dizer quando poderemos ver temperaturas globais de bulbo úmido
ultrapassando o limite por ser um processo complexo e gradual. Porém, modelos
climáticos já existentes já podem delimitar quais as regiões que devem exceder
essas temperaturas nos próximos 30 a 50 anos. São elas:
Por volta de
2050 (30 anos)
-Sul
da Ásia;
-Golfo
Pérsico; e
-Mar
Vermelho.
Por volta de
2070 (50 anos)
-Leste
da China;
-Partes
do Sudeste Asiático; e
-Brasil.
Por:
R7