Terça-feira, 19 de novembro-(11) de 2024
Matéria da Agência Brasil
lA Polícia Federal (PF) apurou que o plano golpista elaborado por
militares para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi
impresso no Palácio do Planalto, em novembro de 2022.
De acordo com a corporação, o planejamento foi elaborado pelo general da
reserva Mário Fernandes, que ocupava o cargo de secretário-executivo da
Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo de Jair
Bolsonaro.
As informações constam no relatório de inteligência da Operação
Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19) para prender cinco militares que
pretendiam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice,
Geraldo Alckmin, eleitos em outubro de 2022.
Durante a investigação, a PF encontrou um arquivo de word intitulado
“Punhal Verde e Amarelo”, com planejamento “voltado ao sequestro ou homicídio”
do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de Lula e
Alckmin.
“Trata-se de um verdadeiro planejamento com características terroristas,
no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma
operação de alto risco. O plano dispõe de riqueza de detalhes, com indicações
acerca do que seria necessário para a sua execução, e, até mesmo, descrevendo a
possibilidade da ocorrência de diversas mortes, inclusive de eventuais
militares envolvidos”, concluiu a PF.
O documento golpista previa o envenenamento, o uso de explosivos e
armamento pesado para “neutralizar” Lula, Alckmin e Moraes.
“O documento ainda revela o grau de violência das ações planejadas, ao
descrever ainda como possibilidade de ações para o assassinato do então
candidato à presidência da República eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de seu
vice-presidente Geraldo Alckmin, como objetivo de extinguir a chapa
presidencial vencedora do pleito de 2022”, diz a PF.
Impressão
De acordo com a PF, o documento foi impresso pelo general da reserva Mario
Fernandes no Palácio do Planalto e levado para o Palácio da Alvorada,
residência oficial de Jair Bolsonaro. O ex-presidente não é citado na
investigação como investigado.
“A investigação, mediante diligências probatórias, identificou que o
documento contendo o planejamento operacional denominado Punhal Verde Amarelo
foi impresso pelo investigado Mário Fernandes no Palácio do Planalto, no dia
9/11/2022 e, posteriormente, levado até o Palácio do Alvorada, local de
residência do presidente da República, Jair Bolsonaro”, completou a PF.
Outro lado
O ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação da Polícia
Federal. Pelas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que
“pensar em matar alguém não é crime”.
“Por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crime.
E para haver uma tentativa é preciso que sua execução seja interrompida por
alguma situação alheia à vontade dos agentes. O que não parece ter ocorrido.
Sou autor do projeto de lei 2109/2023, que criminaliza ato preparatório de
crime que implique lesão ou morte de 3 ou mais pessoas, pois hoje isso
simplesmente não é crime. Decisões judiciais sem amparo legal são repugnantes e
antidemocráticas”, declarou.
A Agência Brasil busca contato com a defesa do general da reserva Mário
Fernandes. O espaço está aberto para manifestação.
Por: Agência Brasil