Segunda-feira, 01 de novembro-(11) de 2024
Ministério
da Fazenda atualizou projeções de PIB e inflação neste ano
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Trabalhador com carteira de trabalho —
Foto: Daniel Marenco/Agência O Globo |
O salário mínimo deve chegar a R$ 1.521 em 2025, se
mantida a regra atual de reajuste. A previsão considera a nova estimativa do governo federal para o INPC, índice de
inflacionário usado para atualizar o piso nacional. Atualmente, o mínimo é de
R$ 1.412.
Na apresentação do orçamento do ano que vem, o
governo inicialmente previu que o mínimo chegaria a R$ 1.509 em 2025, mas
considerou que o INPC seria de 3,82% até novembro. Hoje, a Secretaria de
Política Econômica do Ministério da Fazenda, responsável pelas projeções
oficiais, atualizou essa projeção para 4,66%.
O aumento de R$ 12 em relação ao previsto no
Orçamento para o trabalhador deve gerar um impacto nas contas públicas de cerca
de R$ 12 bilhões, nas contas do economista Tiago Sbardelotto, da XP
Investimentos, considerando que o piso nacional é referência para o reajuste de
diversos benefícios sociais e previdenciários, como a aposentadoria, o
seguro-desemprego, o abono salarial e o Benefício de Prestação Continuada
(BPC).
No ano passado, o governo de Luiz Inácio Lula da
Silva retomou a política de reajustes acima da inflação para o piso nacional,
que havia sido encerrada na gestão de Jair Bolsonaro. Ela prevê, anualmente,
além da recuperação do poder de compra, um ganho real referente à variação do
Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Em 2023, houve crescimento de
2,9%.
Essa regra, contudo, é alvo do pacote de contenção
de gastos obrigatórios que vem sendo discutido pelo governo. Uma das medidas em
estudo é limitar o crescimento real do mínimo ao mesmo teto do limite de gastos
do arcabouço fiscal, de 2,5%. Dessa forma, o ganho real cairia, no ano que vem,
para 2,5% — uma redução de 0,4 ponto.
O valor fechado do salário mínimo só é sacramentado
em dezembro, quando saem os dados oficiais do IBGE e o presidente da República
assina um decreto com o valor.
Por: Thaís Barcellos e Bernardo Lima com O GLOBO - Brasília