Terça-feira, 02 de dezembro-(12) de 2025
Matéria do G1
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| Foto: Jornal Nacional/ Reprodução |
Em
2025, a cidade de São Paulo registrou o
maior número de casos
de feminicídio para um ano desde que a série histórica foi
iniciada, em abril de 2015. Entre janeiro e outubro, foram 53
ocorrências.
Mesmo
sem os dados de novembro e dezembro, que ainda não foram publicados, o ano já
acumula o recorde de casos de feminicídio na capital paulista.
Os
dados foram levantados pela GloboNews com base nos números divulgados no Portal
da Transparência da Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo.
São
considerados apenas os feminicídios
consumados, ou seja, não estão
inclusas as tentativas de feminicídios,
como o caso da mulher que foi atropelada e arrastada por cerca de 1 km por um
ex-parceiro no sábado (29).
FEMINICÍDIOS NA CIDADE DE SP
• 2025 (até
out): 53
• 2024: 51
• 2023: 38
• 2022: 41
• 2021: 33
• 2020: 40
• 2019: 44
• 2018: 29
• 2017: 26
• 2016: 13
• 2015 (a partir de
abril): 6
Fonte: SSP
O crime
de feminicídio foi tipificado em lei federal em março de 2015. A partir disso,
os casos começaram a ser contabilizados separadamente de outros tipos de
homicídio. A lei considera feminicídio quando o assassinato envolve violência
doméstica e familiar, e menosprezo ou discriminação à condição de mulher da
vítima. As penas variam de 12 a 30 anos de prisão.
Em
todo o estado de São Paulo, foram registrados 207 feminicídios entre janeiro e
outubro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram 191. Um aumento, portanto, de
8% considerando os dez primeiros meses do ano.
De
acordo com Silvana Mariano, coordenadora do Laboratório de Estudos de
Feminicídios (Lesfem), o aumento de registro de casos pode ser explicado não
somente pelo aumento da misoginia, ou o ódio pelas mulheres, como também por
causa da emergência da Lei do Feminicídio, que tipifica o crime como homicídio
qualificado e crime hediondo.
“Uma
hipótese que tínhamos com a nova lei, tendo o feminicídio como crime autônomo,
era de passarmos também um período em que isso iria contribuir para o
crescimento dos números”, afirma.
“Por um lado, cresce mesmo a violência contra a mulher. E, por
outro, as autoridades estão ficando mais preparadas para olhar para a morte
violenta e intencional de mulheres com essa perspectiva de gênero que leva à
classificação como feminicídio.”
No
entanto, a coordenadora do Lesfem lembra que a questão do feminicídio é transversal,
não se limitando somente à segurança pública. “Políticas de educação, saúde,
assistência social, renda, trabalho, habitação, todas elas precisam estar
integradas nesse processo de prevenir a violência contra a mulher e estancar
essa violência para que ela não chegue ao feminicídio”, segundo Silvana.
Capital
paulista
Na
manhã de sábado (29), uma mulher de 31 anos foi atropelada e
arrastada por mais de um quilômetro por um carro dirigido pelo
ex-companheiro até a Marginal Tietê, em São Paulo. De acordo com o boletim de
ocorrência, ela passou por cirurgias e teve as pernas amputadas devido à
extensão das lesões. Ela segue internada em estado grave.
Segundo
a Polícia Civil, o crime ocorreu após a vítima, Tainara Souza Santos, sair de
um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte. Ela, que é mãe de dois filhos, um
de 12 e uma de 7 anos, foi levada ao Hospital Municipal Vereador José
Storopolli, na Vila Maria, também na Zona Norte. O motorista, Douglas Alves da
Silva, foi preso.
Já
nesta segunda-feira (1°), um homem atirou pelo menos quatro
vezes, usando duas armas ao mesmo tempo, contra a ex-companheira Evelin de
Souza Saraiva, de 38 anos, no bairro Jardim Fontalis, na Zona Norte de São
Paulo.
A
tentativa de feminicídio ocorreu dentro de uma pastelaria onde Evelin trabalha,
e foi registrada por uma câmera de segurança. A vítima foi socorrida pelo
helicóptero Águia da PM e levada para o Hospital das Clínicas. Passou por
cirurgia e está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O quadro é considerado
delicado.
Bruno
Lopes Barreto fugiu do local em uma moto após o crime e, até a última
atualização desta reportagem, permanecia foragido. Um pedido de prisão temporária
foi feito à Justiça.
Por:
g1

