Domingo, 01 de dezembro-(12) de 2024
Mínima havia sido registrada no trimestre até dezembro de 2013
(6,3%); conforme IBGE, número de desempregados no país até outubro chega a 6,8
milhões
![]() |
Taxa de desemprego recuou em 2019 (Foto: Valdecir Galor/SMCS/Fotos Públicas) |
A taxa de desemprego recuou a 6,2% no
Brasil no trimestre até outubro, apontam dados divulgados nesta sexta (29) pelo
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o resultado, o indicador atingiu a
mínima de toda a série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua).
O levantamento teve início em 2012.
Antes da divulgação desta sexta, a mínima havia sido registrada no trimestre
até dezembro de 2013 (6,3%).
O desemprego tinha sido de 6,8% nos
três meses encerrados em julho deste ano, que servem de base de comparação.
Para o intervalo até outubro, o mercado
financeiro esperava taxa de 6,2%, segundo a mediana das projeções de analistas
consultados pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 6% a
6,4%.
Conforme o IBGE, o número de
desempregados atingiu 6,8 milhões até outubro. O contingente era de 7,4 milhões
até julho.
A população desocupada reúne pessoas de
14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem à procura de oportunidades.
Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse grupo
nas estatísticas oficiais.
Analistas afirmam que a redução do
desemprego reflete principalmente o aquecimento da economia. A proximidade do
final do ano também pode estimular contratações temporárias.
“É um cenário de resiliência do mercado
de trabalho, que já vem há algum tempo, desde a saída da pandemia”, diz o
economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA.
Embora seja considerado fator
preponderante para entender os dados, o desempenho positivo da atividade
econômica não explicaria sozinho o fato de o desemprego estar em um patamar tão
baixo para a série do IBGE.
De acordo com Imaizumi, um ponto
secundário que contribui para o resultado é a taxa de participação mostrar
nível inferior ao do pré-pandemia.
Esse indicador mede a proporção de
pessoas de 14 anos ou mais que estão inseridas na força de trabalho como
ocupadas (empregadas) ou desempregadas (à procura de oportunidades).
No pré-pandemia, a taxa de participação
estava acima de 63%. Durante a crise sanitária, o indicador caiu, e a
recuperação não foi suficiente para a retomada do nível anterior à crise.
Conforme Imaizumi, o quadro pode estar
associado principalmente ao envelhecimento da população. Tradicionalmente, os
mais velhos estão entre os brasileiros com menor inserção no mercado, o que
contribuiria para frear a procura por trabalho e, assim, reduzir a pressão
sobre a taxa de desemprego.
“Mas isso não anula o fato de que o
mercado de trabalho está absorvendo as pessoas, tanto na formalidade quanto na
informalidade”, diz o economista.
Ele também vê estímulos para a geração
de empregos com a volta de serviços presenciais após a pandemia e com a redução
de custos judiciais para empresas depois da reforma trabalhista de 2017.
A taxa de desemprego já havia marcado
6,4% no trimestre até setembro deste ano. O IBGE, contudo, evita a comparação
direta entre períodos com meses repetidos, como é o caso dos intervalos
finalizados em setembro e outubro.
Por: Folhapress