Quinta-feira, 26 de dezembro-(12) de 2024
Matéria do ra (dpa, AFP, Reuters, AP, epd).
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Ruas obstruídas por barricadas improvisadas em
Maputo; eleições têm motivado confrontos sangrentos e já deixaram um total de
248 mortos desde outubro |
Em apenas dois dias, violência pós-eleição mata
mais de 120 em Moçambique, diz entidade - Manifestantes protestaram após
Suprema Corte confirmar controversa vitória de partido governista em meio a
denúncias de fraude pela oposição. Houve saques e fuga de centenas de
presidiários.Ao menos 121 pessoas foram mortas em dois dias de confrontos com
as forças de segurança em Moçambique, afirma a organização da sociedade civil
Plataforma Decide.
As mortes ocorreram na esteira de protestos
convocados pela oposição após a Suprema Corte referendar, na segunda-feira
(23/12), a controversa vitória do partido governista Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo) nas eleições de outubro à Presidência e ao Parlamento, em
meio a acusações de fraude.
Segundo o Judiciário do país africano, Daniel
Chapo, candidato governista à Presidência, derrotou o oposicionista Venâncio
Mondlane com 65% contra 24% dos votos.
O Frelimo está no poder desde 1975, quando
Moçambique se tornou independente e deixou de ser colônia de Portugal.
As eleições têm motivado confrontos sangrentos e
já deixaram um total de 248 mortos desde outubro. Um porta-voz da diplomacia
americana citado pela agência de notícias AFP falou em "falta de
transparência" eleitoral.
Nas redes sociais, Mondlane, que vem pedindo a
seus apoiadores protestos pacíficos, anunciou que vai se autoproclamar
presidente eleito no dia 15 de janeiro. Ele fugiu do país em outubro, após a
execução de seu advogado e de um porta-voz de um outro partido de oposição.
Nesta quinta-feira (26/12), ele acusou as forças
de segurança de encorajarem a desordem para permitir a declaração de um estado
de emergência.
Caos na capital Maputo e em outras cidades
Em Maputo, capital do país, manifestantes
ergueram barricadas e saquearam comércios e bancos. Com medo, diversos
moradores ficaram em casa durante o Natal.
Cenas de desordem também se repetiram em outras
cidades. Postos policiais e prédios públicos foram invadidos, carros e partes
da rede elétrica e de transmissão de rádio foram destruídos.
Na quarta-feira (25/12), mais de 1,5 mil detentos
fugiram de uma prisão de segurança máxima; a polícia diz ter matado ao menos 33
deles em confrontos e recapturado cerca de 150.
Autoridades moçambicanas afirmam que 30 fugitivos
estão ligados a grupos criminosos responsáveis por atentados nos últimos anos
em Cabo Delgado.
Por: ra (dpa, AFP, Reuters, AP, epd).