Domingo, 12 de janeiro de 2025
Ainda há muitos desaparecidos, de
modo que lista de óbitos pode aumentar; região está sob estado de emergência
Ventos fortes que superalimentaram os incêndios e varreram bairros
inteiros de Los Angeles, nos Estados Unidos, finalmente diminuíram na noite de
sexta-feira (10), trazendo algum alívio aos bombeiros exaustos, mas o maior
deles mudou de direção, desencadeando novas ordens de retirada. O número de
mortos subiu para 11, e autoridades alertam que pode haver mais vítimas, já que
muitos seguem desaparecidos.
Neste sábado (11),
as chamas avançaram para mais áreas residenciais, especialmente em Pacific
Palisades, de acordo com o jornal Los Angeles Times. “O incêndio de Palisades
teve um novo aumento significativo na porção leste e continua a se mover para o
nordeste”, disse o capitão do Departamento de Bombeiros de LA, Erik Scott.
O fogo, que
devastou áreas entre Santa Mônica e Malibu desde terça-feira (7), estava apenas
8% contido, de acordo com a Cal Fire, agência estadual responsável pelo combate
a incêndios florestais e pela gestão de recursos naturais na Califórnia . Em
resposta, Los Angeles instaurou um toque de recolher das 18h às 6h para áreas
onde houve retirada de moradores e enviou a Guarda Nacional para garantir a
segurança.
A área queimada
nesta semana é maior do que os limites de cidades como San Francisco, Boston ou
Miami. Até a manhã deste sábado, mais de 100 mil pessoas estavam sob ordens de
retirada, e cerca de 160 mil clientes de eletricidade não tinham energia
elétrica.
O fogo já consumiu
55 km² de vegetação seca em Palisades. O Getty Center, importante ponto
cultural, também foi afetado. Em Eaton, que já teve devastação de 57 km², as
chamas seguem avançando com apenas 3% de contenção. Juntos, os dois incêndios
estão entre os cinco mais destrutivos na história da Califórnia, com milhares
de casas em ruínas.
Autoridades
americanas declararam uma emergência de saúde pública, em decorrência dos
milhares de desabrigados e do risco que a fumaça representa. O governador da
Califórnia, Gavin Newsom, ordenou uma revisão sobre a escassez de água, que
dificultou o combate às chamas. As causas dos incêndios ainda estão sendo
investigadas.
Entre os mortos
estão um homem na casa dos 60 anos que morava na casa de sua infância e dirigia
um hemocentro; um engenheiro aeroespacial aposentado e um diácono ativo da
igreja; e um técnico de farmácia aposentado que os vizinhos chamavam de “um
anjo”.
Sete estados
vizinhos, o governo federal e o Canadá enviaram ajuda à Califórnia, reforçando
equipes aéreas que lançavam água e retardante de fogo nas colinas em chamas e
equipes no solo atacando as linhas de fogo com ferramentas manuais e
mangueiras.
“Graças ao aumento
do número de recursos designados, a região está em uma posição muito melhor do
que estávamos no início desta semana”, disse o chefe de Bombeiros de Los
Angeles, Anthony Marrone, em entrevista coletiva.
As condições na
área de Los Angeles vão melhorar durante o fim de semana, com ventos
sustentados diminuindo para cerca de 32 km/h, com rajadas entre 56 km/h e 80
km/h, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS), um alívio em
relação às recentes rajadas de vento de 128 km/h.
“Não está tão
ventoso, então isso deve ajudar os bombeiros”, disse a meteorologista do NWS,
Allison Santorelli, acrescentando que as condições ainda eram críticas, com
baixa umidade e vegetação seca.
Com informações do Folhapress