Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
Matéria do Portal Paraíba.com.br
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Vital do Rêgo - (Foto: Departamento de Marketing e Mídias do Sistema Arapuan / Karla Moraes) |
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Vital do
Rêgo, disse, nesta segunda-feira (24), que com o envelhecimento da população no
Brasil e a queda dos nascimentos, ou seja, as chamadas “mudanças demográficas”
em curso, a Previdência Social é uma “bomba que não vai parar de explodir”.
Em 2023, o governo estimou que o rombo do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor
privado, deve mais que dobrar até 2060 e quadruplicar até 2100.
Analistas já tinham apontado, no ano passado, que a queda dos
nascimentos no país, aliado à política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
de conceder reajustes acima da inflação ao salário mínimo, pressionará o
déficit previdenciário no país nos próximos anos.
-“Quando eu entrei aqui [no TCU], dez anos atrás, nós tínhamos cinco
contribuintes [trabalhadores] para cada beneficiário [aposentado ou
pensionista, por exemplo]. Hoje nós temos 1.7 [com as mudanças demográficas].
Aí inviabiliza completamente, porque não só é aposentadoria, são benefícios, é
todo o processo (…) Nós estamos com um paciente que está absolutamente
debilitado e, até agora, eu não vejo remédio para tirar desse quadro. As
notícias que têm são muito desanimadoras”, afirmou Vital do Rêgo, em entrevista
exclusiva ao g1 e à TV Globo.
Dados do Tesouro Nacional mostram que, somente com o pagamento de
benefícios previdenciários a aposentados e pensionistas do INSS foram gastos
cerca de R$ 960 bilhões em 2024. Para este ano, a previsão é de que
este valor supere a marca inédita de R$ 1 trilhão. Essa é a maior despesa
primária do governo federal.
-Com
isso, o rombo do INSS, ou seja, as despesas menos as receitas, somou R$
297 bilhões em 2024. O valor mostrou relativa estabilidade frente ao ano
de 2023, quando o déficit da Previdência totalizou R$ 306,2 bilhões.
-Além
do déficit do INSS, porém, também foi registrado rombo na previdência dos
trabalhadores do setor público (RPPS) e, também, no pagamento de pensões e
no sistema de “inatividade” dos militares. Esse rombo somou R$ 112,2
bilhões em 2024, contra R$ 111,5 bilhões no ano anterior.
-Somado
todo o sistema previdenciário do país (setor privado, público, militares e
suas pensões), a o déficit somou a marca de R$ 410 bilhões no ano passado.
-Os gastos previdenciários, assim
como as regras de seguro-desemprego, abono salarial e o pagamento de
salário dos servidores públicos, são classificados como gastos
obrigatórios, ou seja, não podem deixar de ser pagos.
Por: Portal Paraíba.com.br