Sábado, 08 de março-(03) de 2025
Matéria do Portal Agência Brasil
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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo |
A economia brasileira cresceu 3,4% em 2024, a maior expansão
desde 2021. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e
serviços produzidos no país) foi divulgado na manhã desta sexta-feira (7) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa o
quarto ano seguido de crescimento. De acordo com o IBGE, o PIB brasileiro chega
a R$ 11,7 trilhões.
Os setores de serviços e
indústria empurraram o PIB para cima, com altas de 3,7% e 3,3%,
respectivamente, na comparação com 2023. Por outro lado, a agropecuária
apresentou recuo de 3,2%.
Crescimento nos últimos
anos:
-2020 (início da pandemia):
-3,3%
-2021: 4,8%
-2022: 3%
-2023: 3,2%
-2024: 3,4%.
O PIB pode ser calculado
pela ótica da produção (análise do desempenho das atividades econômicas) ou do
consumo (gastos e investimentos).
Pelo lado da produção, o
IBGE destaca que três segmentos foram responsáveis por cerca da metade do
crescimento do PIB em 2024:
– Outras atividades de
serviços (5,3%)
– Indústria de transformação (3,8%)
– Comércio (3,8%).
Especificamente dentro da
indústria, o destaque foi a construção, com alta de 4,3%.
A agropecuária apresentou
queda depois de ter crescido 16,3% em 2023. Entre os motivos para o recuo estão
efeitos climáticos diversos, que impactaram várias culturas importantes da
lavoura, tendo como destaque a soja (-4,6%) e o milho (-12,5%).
Consumo
Pelo lado do consumo, o destaque foi o consumo das famílias, que se expandiu
4,8%. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a
explicação está ligada à disponibilidade de renda para a população.
“Para o consumo das
famílias tivemos uma conjunção positiva, como os programas de transferência de
renda do governo, a continuação da melhoria do mercado de trabalho e os juros
que foram, em média, mais baixos que em 2023”, analisa.
O Brasil terminou 2024 com
taxa de desemprego de 6,6%, a menor já registrada. Segundo o IBGE, a taxa
básica de juros (Selic) média de 2024 ficou em 10,9% ao ano (a.a.), contra 13%
a.a. em 2023.
A Formação Bruta de
Capital Fixo (FBCF), que representa os investimentos, também foram destaque,
com alta de 7,3%. Apesar de ser uma alta superior ao consumo das famílias, tem
peso menor no cálculo do PIB. O consumo do governo cresceu 1,9%
As importações
apresentaram alta de 14,7% em 2024; e as exportações, 2,9%.
Quarto
trimestre
No quarto trimestre, especificamente, a economia se expandiu 0,2%, o que é
considerável estabilidade. Para Palis, um dos motivos de o país não ter
crescido mais nos três meses do ano foi a inflação e o aumento dos juros –
medida do Banco Central para combater o aumento de preços, porém com efeito de
freio na atividade econômica.
“No quarto trimestre de
2024 o que chama atenção é que o PIB ficou praticamente estável, com
crescimento nos investimentos, mas com queda no consumo das famílias. Isso
porque no quarto trimestre tivemos um pouco de aceleração da inflação,
principalmente a de alimentos”, diz Palis”.
“Continuamos tendo
melhoria no mercado de trabalho, mas com uma taxa já não tão alta. E os juros
começaram a subir em setembro do ano passado, o que já impactou no quarto
trimestre”, explica Rebeca.
O PIB per capita – que
representa o PIB dividido pelo número de habitantes – alcançou R$ 55.247,45, um
avanço de 3% ante 2023, já descontada a inflação.
Por: Agência Brasil