Quinta-feira, 27 de março-(03) de 2025
Ex-presidente criticou condução que
apura tentativa de golpe de estado; político acompanhou julgamento em gabinete
de Flávio
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agora réu no STF
(Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de estado, afirmou ser
inocente na denúncia apresentada contra ele na Corte e disse que as
acusações são “infundadas”.
Bolsonaro citou
falas que fez enquanto ainda estava como presidente, e afirmou não ter
negociado uma tentativa de golpe de Estado ou mesmo ter sido procurado para uma
atuação contra o resultado eleitoral.
“Em nenhum momento
fui procurado para fazer nada de errado, violentando seja o que for”, afirmou,
repetindo o que disse em uma live, em dezembro de 2022.
A posição foi
confirmada nesta quarta-feira (26), após Primeira Turma do
STF decidir, por unanimidade, tornar réus Bolsonaro e outros setes
denunciados. Diferente do primeiro dia, em que esteve no Supremo, o político
acompanhou a análise dos magistrados no gabinete do filho e senador Flávio
Bolsonaro (PL-RJ).
O grupo de
ministros concluiu análise e aceitou, por unanimidade, a denúncia apresentada
pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para abrir uma ação contra o
ex-presidente e outros sete. O caso faz parte da tentativa de golpe de estado.
O relator do caso,
ministro Alexandre de Moraes, votou para aceitar a denúncia. Os ministros
Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin acompanharam Moraes, em
votos que colocam o ex-presidente como réu.
Além de Bolsonaro,
também se tornaram réus o ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro e ex-chapa nas
últimas eleições, Walter Braga Netto, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres,
e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno.
A denúncia aceita
ainda contempla o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da
Marinha Almir Garnier, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e o
ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
O grupo compõe o
núcleo 1 da suposta organização criminosa e é considerado o mais importante,
tendo sido acusado pelos seguintes crimes:
• liderança
de organização criminosa armada;
• tentativa
de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
• golpe
de Estado;
• dano
qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união;
• deterioração
de patrimônio tombado.
Próximos
passos do julgamento
Com a decisão
unânime da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) de tornar réus
o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete denunciados, o grupo
passa a responder penalmente pelas ações na Corte. Eles são acusados de liderar
a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Os processos seguirão
para a fase de instrução, composta por diversos procedimentos para investigar
tudo o que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso.
Depoimentos, dados e interrogatórios serão coletados neste momento.
Depois, o ministro
auxiliar de Moraes produzirá um relatório. Na sequência, o relator liberará o
parecer para julgamento, e a Primeira Turma marcará uma data para decidir se
condena os, agora, réus. Além disso, neste julgamento, os integrantes da turma
vão decidir o tempo de condenação. A partir dos resultados, os réus poderão
recorrer ao plenário do STF, onde todos os ministros da Corte votarão.
Por: Portal Correio