Quarta-feira, 23 de abril-(04) de 2025
Matéria da Folhapress
Ao menos 20 pessoas morreram na região da Caxemira administrada
pela Índia quando homens armados abriram fogo contra turistas nesta terça-feira
(22), de acordo com um funcionário do alto escalão da polícia, no que as
autoridades chamaram de o pior ataque contra civis em anos.
“O
número de mortos ainda está sendo apurado, então não quero entrar nesses
detalhes”, disse o ministro-chefe de Jammu e Caxemira, Omar Abdullah, em uma
postagem na rede social X. “Desnecessário dizer que este ataque é muito maior
do que qualquer coisa que vimos direcionada a civis nos últimos anos.”
Segundo
autoridades do governo ao jornal inglês The Guardian, o número de mortos pode
chegar a 28. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, condenou o “ato
hediondo” e prometeu que os agressores “serão levados à Justiça”.
O
presidente Donald Trump disse nas redes sociais que a Índia tem total apoio dos
Estados Unidos. A Casa Branca afirmou que ele ainda pretende falar com Modi
para expressar suas condolências.
“Notícias
profundamente perturbadoras vindas da Caxemira. Os Estados Unidos estão firmes
ao lado da Índia contra o terrorismo. Rezamos pelas almas dos que se foram e
pela recuperação dos feridos. O primeiro-ministro Modi e o incrível povo da
Índia têm nosso total apoio e as mais profundas condolências”, disse Trump no
Truth Social.
O
atentado teve como alvo turistas em Pahalgam, uma região de maioria muçulmana
na Caxemira dividida entre a Índia e o Paquistão desde a independência do Reino
Unido em 1947. As nacionalidades das vítimas não foram divulgadas.
Uma
testemunha disse à emissora India Today que os disparos aconteceram bem na sua
frente. Inicialmente, ela pensou que se tratasse de fogos de artifício, mas, ao
ouvir os gritos de outras pessoas, fugiu rapidamente para salvar sua vida.
Outra testemunha contou que correu por cerca de quatro quilômetros sem parar.
Um
guia turístico disse que chegou ao local após ouvir tiros e carregou alguns dos
feridos a cavalo. “Vi vários homens caídos no chão, parecendo mortos”, disse
Waheed, que não quis falar seu sobrenome.
O
grupo Resistência de Caxemira reivindicou o ataque em mensagem nas redes
sociais, criticando a instalação de mais de 85 mil estrangeiros na região e
alertando para uma “mudança demográfica”.
“A
violência será direcionada àqueles que tentam se estabelecer ilegalmente”,
afirmou o grupo. A Reuters não conseguiu verificar a autenticidade da mensagem
de forma independente.
O
governo regional de Jammu e Caxemira informou neste mês que quase 84 mil
indianos de outras partes do país receberam direitos de domicílio no território
nos últimos dois anos.
A
Índia frequentemente culpa o Paquistão por apoiar os grupos armados por trás da
insurgência. Islamabad nega essas acusações e afirma que apenas apoia a luta da
Caxemira pela autodeterminação.
As
autoridades de Caxemira promoveram intensamente a região montanhosa como um
destino de férias nos últimos anos, tanto para esquiar durante os meses de
inverno quanto para escapar do calor escaldante de outras partes da Índia
durante o verão.
Segundo
dados oficiais, cerca de 3,5 milhões de turistas visitaram a Caxemira em 2024,
a maioria deles indianos.
O
último ataque a turistas, em junho de 2024, matou pelo menos nove pessoas e
feriu 33 após terroristas atacarem um ônibus com peregrinos hindus, que caiu em
um abismo.
Alguns
dos principais atentados durante o auge da insurgência coincidiram com visitas
de autoridades estrangeiras à Índia. O desta terça acontece um dia depois que o
vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, iniciou uma visita de quatro dias, em
grande parte pessoal, à Índia.ande parte pessoal, à Índia.
Por: Folhapress