Domingo, 08 de junho-(06) de 2025
Lula está na França desde o dia 5 de
junho, na primeira viagem de um chefe de Estado ao país em 13 anos
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Investimento se dará num prazo de 5 anos (Imagem: Ricardo Stuckert/ PR) |
Quinze grandes empresários franceses
que têm negócios no Brasil em setores variados se comprometeram a investir, nos
próximos 5 anos, R$ 100 bilhões no país. O compromisso foi firmado em
reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Paris, na França, nessa
sexta-feira (6).
Em coletiva de imprensa nesta manhã
deste sábado (7), no horário de Paris, Lula destacou que as viagens que faz no
exterior trazem grandes benefícios para o Brasil
“Se a gente somar os investimentos que nós conseguimos na China,
se a gente somar os investimentos que nós conseguimos no Japão, nós vamos
perceber que nós estamos fazendo aquilo que todo e qualquer presidente da
República precisaria fazer pelo Brasil”, afirmou.
A França é a
terceira maior origem de investimentos diretos no Brasil. São US$ 66,34 bilhões
em estoque. Segundo o Planalto, a estimativa é de que mais de mil empresas
francesas atuem no Brasil, com responsabilidade direta pela geração de 500 mil
postos de trabalho.
O presidente
brasileiro acrescentou que o trabalho dele é abrir o diálogo entre os
empresários brasileiros e estrangeiros para ampliar os negócios. “O papel do
presidente é abrir a porta e dizer para os caras: ‘olha, está aqui as
possibilidades, nós produzimos isso, nós oferecemos isso, o que você tem para
nos oferecer?’, e fazer negócio. E foi isso que eu fiz aqui na França”,
completou.
Lula está na
França desde o dia 5 de junho, na primeira viagem de um chefe de Estado ao país
em 13 anos. Na viagem, foram aprofundados os 20 acordos bilaterais do Plano de
Ação de Parceria Estratégica Brasil-França.
Helicópteros
Outro projeto
discutido entre Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, é o de
cooperação para produção de helicópteros na fábrica da empresa brasileira
Helibrás, em Itajubá (MG). O ministro das relações exteriores, Mauro Vieira,
comentou a iniciativa de usar a planta do Brasil.
“[Os] helicópteros
que poderão servir às polícias estaduais, aos governos estaduais, poderão ser
empregados pelas agências de saúde e também com objetivos de defesa e controle
do meio ambiente. As instalações de Itajubá poderão ser também utilizadas para
futuras exportações para outros países da região que tenham interesse”,
explicou.
Brasil e França
assinaram ainda, na atual viagem, acordos bilaterais de cooperação para o
desenvolvimento de vacinas e produtos laboratoriais, envolvendo a Fiocruz e
instituições francesas, como o Instituto Pasteur.
Acordo UE-Mercosul
Sobre o acordo do
Mercosul com a União Europeia (UE), Lula questionou a tese de que a agricultura
francesa seria prejudicada pelo agronegócio brasileiro. Para o presidente, a
afirmação não está correta porque existem cotas para exportação de produtos
brasileiros.
“Se eles
cumprissem a cota, no máximo, os franceses iriam comer dois hambúrgueres [de carne
importada do Brasil], em média, por ano. É nada”, disse o presidente,
acrescentando que sugeriu ao presidente Macron que os agricultores brasileiros
e franceses se reunissem para discutir o assunto.
“Longe de mim
querer prejudicar o pequeno agricultor francês. Eu não quero que a gente pare
de comparar vinho da França, embora a gente produza vinho”, acrescentou Lula,
destacando que a política comercial é uma via mão dupla.
O presidente
lembrou ainda que a UE tem 27 países e que o acordo tem que ser coletivo,
apesar da resistência francesa. “Eu acho que o Parlamento Europeu aprova
o acordo, independentemente de a França querer ou não, porque a França já
deu procuração”, finalizou.
Por: Agência Brasil


