Sábado, 07 de junho-(06) de 2025
Matéria da Agência Brasil
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Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil |
O desmatamento na Amazônia, em maio de 2025,
alcançou 960 km², o que representa uma alta de 92% em relação ao mesmo mês de
2024. Na análise do período acumulado, de agosto de 2024 a maio de 2025, essa
alta foi de 9,1% na comparação com os mesmos meses no ano anterior.
Os
dados são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e foram
apresentados nesta sexta-feira (6), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança
do Clima (MMA), em Brasília.
No detalhamento dos dados, 51% do desmatamento
decorrem de incêndios florestais, 48% de corte raso e 1% de mineração.
Incêndios
Segundo
o ministro em exercício do MMA, João Paulo Capobianco, o aumento é resultado de
incêndios ocorridos nos meses anteriores, mas que é evidenciado algum tempo
depois quando a vegetação seca e morre. “Esse incêndio florestal de
grandes proporções, relacionado a uma alteração climática, não é um
desmatamento ocorrido em maio. Ele é uma floresta incendiada a tal ponto que
chega agora como uma floresta colapsada”, explica.
A informação é evidenciada na análise dos dados de
focos de incêndios no país. Nos últimos cinco anos os focos de
incêndio em vegetação nativa se mantinham na média de 10% do total do que
alcançava o território nacional.
-Em
2024, esse índice subiu para 13,5%. Nos primeiros meses de 2025, 23,7% dos
focos de incêndio no país atingiram vegetação nativa, enquanto que em áreas com
desmatamento consolidado ou de anos anteriores recentes o fogo esteve menos
presente na comparação com os anos anteriores.
Segundo
Capobianco, o dado nunca foi evidenciado porque, em anos anteriores, o
desmatamento decorrente de incêndio florestal representava percentuais muito
inferiores.
“Nós
estamos incorporando [informações] no próprio Deter, que é um sistema feito
para ser em tempo real, porque normalmente esses dados apareciam apenas no
Prodes [Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por
Satélite]”, destaca.
No
Cerrado e no Pantanal, a tendência de queda permaneceu para o mês de maio, com
quedas respectivamente de 15% e 65% na comparação entre maio de 2025 e
2024.
No período agregado de agosto de 2024 a maio de
2025, o Cerrado perdeu 4.583 km², representando uma queda de 22% em relação ao
mesmo período dos anos anteriores. No Pantanal, de agosto de 2024 a maio de
2025, foram perdidos 267 km², 74% a menos que no mesmo período de anos
anteriores.
“Hoje,
nós temos a capacidade muito significativa de prever e nos antecipar a
desastres. O grande desafio é como vamos organizar as ações, para, com base
nessas informações, atuar na prevenção”, diz.
Enfrentamento
O
ministro em exercício afirmou, também, que o governo vem trabalhando em um
processo de articulação federativa para que o problema seja enfrentado pelo
conjunto de atores de todas as instâncias governamentais, iniciativa privada e
sociedade organizada.
Capobianco
destacou, ainda, ações do governo federal de enfrentamento a incêndios e ao
desmatamento, como a aprovação da lei que criou a Política
Nacional do Manejo Integrado do Fogo; o investimento de R$ 825 milhões no
fortalecimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama); e outros R$ 405 milhões para os bombeiros de municípios na
Amazônia, além do Programa União com Municípios.
Por: Agência Brasil