Terça-feira, 16 de julho-(07) de 2025
Ministros e representantes do setor produtivo que participam do
comitê de negociação com os EUA concordam, nos bastidores, que zerar tarifa
adicional de 50% será “praticamente impossível”
O governo brasileiro definiu
como prioridade trabalhar para retroceder a tarifa de 50% a produtos
do país anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
com vigência prevista para a partir de 1° de agosto. Nos bastidores, porém,
ministros e representantes do setor produtivo que fazem parte do comitê de negociação
com os EUA já descartam a possibilidade de que a tarifa retorne ao patamar
anterior.
A proposta de pedido de adiamento das
taxas em no mínimo 90 dias, antes defendida por representantes da indústria,
foi deixada para um segundo momento: somente depois que todas as possibilidades
de negociação para redução máxima da tarifa sejam esgotadas.
Setores da indústria também pediram ao
governo para não haver retaliação até que a taxação seja confirmada. As
decisões iniciais do grupo de trabalho criado pelo presidente Lula para
discutir as medidas de reciprocidade ao tarifaço norte-americano foram
acordadas nas primeiras reuniões desta terça-feira (15).
Uma das maiores preocupações do setor
produtivo é o curto prazo para o possível início da vigência da taxação: apenas
duas semanas. Ainda assim, o grupo concordou que a prioridade, agora, é
retroceder a tarifa. Em seguida, tentar retardar a implementação.
O ministro da Agricultura, Carlos
Fávaro, destacou que o governo já busca mercados alternativos que possam
absorver pelo menos parte do consumo norte-americano, mas ressaltou que o curto
tempo é um desafio.
“Nós vamos intensificar a busca por
alternativas, mas já no reconhecimento de que não é possível em dez ou 15 dias
dar destino a tudo isso que se produz no Brasil e é vendido para os Estados
Unidos”, disse.
Especialistas da indústria analisam que
o impasse com os Estados Unidos pode abrir espaço para que outros países
cresçam na relação comercial com o Brasil, como a China, e que as “taxações
dilaceradas” de Trump podem reconfigurar o cenário político e econômico
mundial.
Por: R7