Segunda-feira, 18 de agosto-(08) de 2025
Hytalo e Israel são investigados pelo
Ministéro Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho
(MPT) por exploração e exposição de menores de idade e tráfico humano em
conteúdos produzidos para as redes sociais.
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Hytalo Santos e marido — Foto: Abraão Cruz/TV Globo |
Hytalo Santos e o marido
dele, Israel Nata Vicente, conhecido como Euro, foram transferidos na tarde
desta segunda-feira (18) da cadeia pública de Carapicuíba, na Grande São Paulo,
para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da
capital. Eles deixaram o local chorando.
O
casal de influenciadores havia sido detido na sexta-feira (15) em Carapicuíba
pela Polícia Civil paulista em cumprimento a um mandado de prisão preventiva
decretado pela Justiça da Paraíba. Hytalo e Israel estavam presos na carceragem
do 1º Distrito Policial (DP) de Carapicuíba.
Hytalo
e Israel são investigados pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo
Ministério Público do Trabalho (MPT) por exploração e exposição de menores de
idade e tráfico humano em conteúdos produzidos para as redes sociais.
No sábado
(16), a Justiça da Paraíba negou pedido de liberdade feito pela defesa de
Hytalo e Israel. Apesar de o casal já ser investigado há alguns anos pelos
mesmos crimes, as prisões deles só ocorreram após a repercussão de um vídeo de
50 minutos, postado na semana passada, por Felca na internet.
Felca também
é influenciador. Ele mostrou como Hytalo e outros influenciadores exploravam,
erotizavam e adultizavam crianças e adolescentes com a produção de vídeos para
as redes sociais. Eles ficavam hospedados numa mansão comprada por Hytalo na
Paraíba.
Em
entrevista neste domingo (17) ao Fantástico, Felca contou que levou um ano para
fazer o levantamento de páginas com conteúdo. Após a repercussão do vídeo do
influenciador, Hytalo e o marido deixaram o imóvel e viajaram de carro até Carapicuíba,
onde alugaram o local.
A Justiça na
Paraíba entendeu que a viagem era uma tentativa de fuga e atendeu
pedido do MP para decretar as prisões. Ela também derrubou as redes sociais dos
investigados.
Procurada
para comentar o assunto, a defesa do casal, feita pelo advogado Felipe
Cassimiro, classificou a decisão de prender seus clientes como “ilegal”.
Felca
ainda contou que passou a receber ameaças de morte pelas redes sociais após as
denúncias. Procurada para comentar o assunto, a SSP informou que a polícia de
São Paulo pode investigar essas ameaças, mas que a vítima precisa fazer uma
representação dela em alguma delegacia _o que não ocorreu até a última
atualização desta reportagem.
A Justiça de
São Paulo aceitou pedido dos advogados de Felca e determinou que o Google
quebre o sigilo de dados de uma conta de e-mail que enviou as ameaças ao
influenciador.
Investigações
A
investigação do MPPB começou em 2024. O caso é dividido em duas promotorias, a
de Bayeux e a de João Pessoa:
• Bayeux: a
investigação é da promotora Ana Maria França. A apuração começou no fim de
2024 após denúncias de vizinhos do condomínio de Hytalo de que
adolescentes faziam topless e participavam de festas com bebida alcoólica.
• João Pessoa: o
responsável pela condução dos trabalhos é o promotor João Arlindo, que
disse ao g1 que investiga a possibilidade de um esquema feito pelo
influenciador para obter a emancipação desses menores de idade em troca de
presentes, como celulares, para os familiares deles. Segundo o promotor, o
relatório do inquérito vai ser finalizado na próxima semana.
Hytalo foi
ouvido e negou todas as acusações.
Por: g1 São Paulo.