Quarta-feira, 06 de agosto-(08) de 2025
Segundo o petista, após os descontos com Imposto de Renda e
contribuições, sobram R$ 21 mil. 'Não é fácil a vida, ninguém me dá aumento,
tenho que pedir para mim mesmo', brincou.
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O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse
nesta terça-feira (5) que recebe R$ 46 mil de
salário bruto como chefe do Executivo, valor que não considera
"muito".
Segundo
ele, após descontos com Imposto de Renda e uma contribuição para o PT,
sobram R$ 21 mil para ele gastar conforme suas vontades e
necessidades.
O
petista deu as declarações ao comentar a proposta do governo
de isentar de IR quem ganha até R$ 5 mil. Como compensação, a equipe econômica de Lula sugere elevar a tributação de pessoas de
alta renda.
Prioridade
para o governo, o projeto pode ser votado neste semestre pelo Congresso Nacional. Se aprovado, as novas regras para o Imposto de
Renda valeriam a partir de 2026.
"O
Haddad é tão humilde que a gente fez a proposta para isentar [de IR] quem ganha R$ 5 mil. E colocamos para pagar essa diferença um grupo seleto que
ganha acima de R$ 1 milhão por ano. Não é que essa gente acha ruim?",
questionou Lula.
"Estamos querendo começar a fazer um pouco de justiça tributária.
Não pode a pessoa que vai no mercado comprar as coisas de comer pagar o mesmo
Imposto de Renda que paga o Lula. Meu salário não é muito não, tá? Salário de
presidente é R$ 46 mil, paga 27% de IR, o PT me cobra R$ 4 mil na fonte, me
sobram R$ 21 mil. Não é fácil a vida. Ninguém me dá aumento. Eu tenho que pedir
para mim mesmo. Eu levanto todo dia, me olho no espelho e falo: 'Oh Lula, eu
quero aumento'. E eu falo: 'Você não vai ter' . Então não dá", acrescentou
o petista em tom de brincadeira.
Nesse
momento, o presidente arrancou risos da plateia. Na sequência, Lula ainda
brincou com a Ministra da Gestão, Esther Dweck, afirmando que ela não aprova aumentos para ele,
somente para funcionários públicos.
Lula participou nesta terça da
reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado
"Conselhão". Trata-se de um colegiado que reúne ministros,
empresários e ativistas que discutem e sugerem ao governo políticas públicas em
diferentes áreas.
O
evento ocorreu um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro por descumprimento de ordens judiciais.
Lula
não quis comentar a prisão do antecessor, afirmando que não queria falar sobre
o cidadão "que tentou dar um golpe".
Por: Marcela Cunha, g1 — Brasília