Sábado, 13 de setembro-(09) de 2025
Matéria da Agência Brasil
O aumento de ameaças de violência contra as
mulheres em dia de jogos de futebol levou o Clube de Regatas do Flamengo a
reunir, pela primeira vez, cerca de 50 integrantes de suas torcidas organizadas
para debater o tema.
Segundo estudo do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, os casos de ameaças de violência contra as mulheres aumentam
23,7% e os de lesão corporal crescem 20,8% nas capitais brasileiras, em dias de
jogos de futebol.
Embora os dados não signifiquem que o futebol seja
a causa da violência, eles mostram a necessidade urgentes de medidas no
enfrentamento do problema em ambientes de grande mobilização social.
O encontro, na sede do Flamengo na Gávea, foi uma
iniciativa da Bancada Feminina do Conselho Deliberativo e teve apoio da
Secretaria de Estado da Mulher, do Ministério Público estadual e da Livre de
Assédio, como parte do protocolo “Não é Não! Respeite a Decisão”, que prevê
capacitação sobre segurança para meninas e mulheres.
“A mobilização das torcidas organizadas do Flamengo
em torno desse tema é um exemplo para todo o Brasil. Futebol é paixão, mas
também deve ser um espaço de acolhimento e segurança para as mulheres”, Giulia
Luz, superintendente de Enfrentamento às Violências da Secretaria de Estado da
Mulher.
Para Giulia, “ao garantir informação sobre leis e
direitos, e disponibilizar canais como o aplicativo Rede Mulher, ampliamos a
mensagem e oferecemos ferramentas para que elas se protejam e ocupem cada vez
mais esse espaço com liberdade e respeito”.
A presidente da Bancada Feminina do
Flamengo, Marion Kaplan, destacou que a arquibancada pode ser usada para
iniciativas positivas de mudanças sociais.
“hoje mostramos que a arquibancada também pode ser
espaço de transformação social. Ver torcedores e torcedoras unidos pelo
respeito às mulheres reforça que estamos abrindo caminho para um Flamengo mais
inclusivo, onde a prevenção e o conhecimento fortalecem todas nós”.
Ana Addobbati, fundadora da Livre de Assédio,
destacou a importância de ações que levem pessoas a ouvir o outro. “Quando
uma mulher compartilha sua história, é fundamental que a sociedade saiba
acolher, proteger e direcionar. O simples ato de ouvir com respeito já
transforma o pensamento de quem está ao redor e abre espaço para a informação
circular, criando uma rede de apoio que salva vidas”.
Por: Agência Brasill

