Domingo, 19 de outubro-(10) de 2025
Matéria do Portal Paraíba.com.br
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Foto: Proteção Animal Mundial |
Cientistas da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) estão desenvolvendo uma técnica inovadora que pode
ajudar a salvar os jumentos da extinção no Brasil. O projeto
busca produzir colágeno em laboratório a partir do DNA do
animal, sem necessidade de abate e, assim, conter os impactos da exploração
comercial que tem dizimado a população da espécie nas últimas décadas.
A iniciativa surge diante da alta demanda
internacional pela pele do jumento, utilizada na produção de ejiao,
um colágeno amplamente valorizado na medicina tradicional chinesa.
Estima-se que o comércio do produto movimente cerca de US$ 7 bilhões
por ano, o equivalente a R$ 38 bilhões.
Segundo dados levantados pelos pesquisadores, mais
de um milhão de jumentos já foram abatidos na Bahia desde
1996, quando os primeiros abatedouros licenciados começaram a exportar para a
China. Como consequência, o Brasil registrou uma redução de 94% na população
da espécie nos últimos 20 anos.
Solução biotecnológica
Para reverter esse cenário, os pesquisadores da
UFPR estão testando uma solução baseada em engenharia genética. O
método consiste em extrair amostras de DNA do jumento, identificar
o trecho responsável pela produção do colágeno e inseri-lo em leveduras,
fungos também usados na fabricação de cerveja. Dessa forma, o colágeno pode
ser produzido artificialmente, sem causar danos aos animais.
A coordenadora do projeto destacou que a pesquisa
representa uma alternativa viável para equilibrar as demandas
econômicas e a conservação da biodiversidade.
“Seria muito importante suspender temporariamente o
abate para que possamos preservar os animais e essa diversidade genética, até
que tenhamos uma forma sustentável e ilimitada de produzir o colágeno”, afirmou
a pesquisadora.
O estudo ainda está em fase experimental, mas os
resultados iniciais são promissores e podem abrir caminho para novos
métodos de produção de insumos biotecnológicos sem impacto ambiental
ou animal.
Por: Portal Paraíba.com.br