Domingo, 21 de dezembro-(12) de 2025
Presidente da Ucrânia destaca que o progresso das negociações
depende da postura dos EUA
Um ataque com mísseis russos à infraestrutura portuária
de Odessa, no sul da Ucrânia, provocou oito mortes e deixou 27
pessoas feridas neste sábado (20), segundo o serviço de emergência da
Ucrânia.
O bombardeio de
Moscou ocorre no mesmo dia em que oficiais russos irão viajar à Flórida para
conversar com funcionários americanos na expectativa de avançar as negociações
para o fim da guerra na Ucrânia.
Alguns dos feridos
em Odessa estavam em um ônibus no centro da cidade. Caminhões pegaram fogo no
estacionamento e carros também foram danificados.
O porto foi
atingido por mísseis balísticos, de acordo com Oleh Kiper, governador da região
de Odessa.
Moscou não
reconheceu imediatamente relatos do ataque. O Ministério da Defesa da Rússia
disse neste sábado que, no dia anterior, havia atacado a “infraestrutura de
transporte e armazenamento usada pelas forças armadas ucranianas”, junto com
instalações energéticas e aquelas que fornecem para o esforço de guerra de
Kiev.
Em outros lugares,
drones ucranianos atingiram uma plataforma de petróleo russa, o navio de
patrulha militar Okhotnik e outras instalações, segundo o Estado-Maior Geral da
Ucrânia em um comunicado neste sábado.
Discussões
para o fim da guerra
Apesar dos
ataques, as discussões para o fim da guerra continuam. Oficiais ucranianos,
europeus e americanos se encontraram em Berlim na semana passada para conversar
e agora estes devem comunicar os russos sobre os avanços.
O presidente da
Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou neste sábado em Kiev que o progresso das
conversas dependerá da postura dos EUA após as discussões com os russos. “Neste
momento, honestamente não sei se avançaremos, mas saberei mais tarde hoje.”
O presidente
americano Donald Trump vem promovendo uma extensa iniciativa diplomática para
acabar com a guerra, mas seus esforços foram travados pela diferença entre o
que Moscou e Kiev demandam para acabar com o conflito.
Conversas em
Miami
Os esforços devem
continuar neste sábado, com o encontro de Kirill Dmitriev, que chefia o fundo
soberano de riqueza da Rússia, com o enviado de Trump, Steve Witkoff, e o genro
de Trump, Jared Kushner, em Miami, segundo um oficial dos EUA que conversou com
a AP.
O principal
negociador da Ucrânia, Rustem Umerov, disse na sexta-feira (19) que uma
delegação ucraniana havia se encontrado com parceiros americanos e europeus nos
EUA.
Ele deu poucos
detalhes, mas destacou que eles concordaram em continuar o “trabalho conjunto
no futuro próximo”.
Questionado sobre
a reunião em Miami, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse na
quinta-feira (18) que Moscou estava se preparando para contatos com os EUA para
saber sobre os resultados das reuniões em Berlim,
mas ele não deu detalhes.
O presidente da
Rússia, Vladimir Putin, sinalizou recentemente que deve manter suas exigências
maximalistas sobre a Ucrânia, à medida que as tropas de Moscou avançam no campo
de batalha apesar de grandes perdas.
Na sexta-feira,
Putin expressou confiança de que o Kremlin alcançaria seus objetivos
militarmente se Kiev não concordasse com as condições da Rússia para acabar com
a guerra.
Os líderes da UE
concordaram em fornecer US$ 106 bilhões (R$ 587 bilhões) à Ucrânia para atender
às suas necessidades militares e econômicas pelos próximos dois anos, embora
tenham falhado em superar diferenças com a Bélgica que permitiriam usar ativos
russos congelados para financiar Kiev. Em vez disso, foram feitos empréstimos
nos mercados de capitais.
Após quase quatro
anos de guerra, o FMI (Fundo Monetário Internacional) estima que a Ucrânia
precisará de US$ 161 bilhões (R$ 892 bilhões) nos próximos dois anos.
Por: Portal Correio

