Domingo, 30 de julho de 2017
A estiagem prolongada que atinge o Nordeste brasileiro, há cinco
anos, vem sendo contornada – ou minimizada – pelas ações oriundas da
transposição do Rio São Francisco, que estabeleceu um fluxo de água permanente
para suprir as necessidades hídricas dos estados mais castigados pela seca –
Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Mas há outro fenômeno que vem
se alastrando nas regiões semiáridas: a desidratação do solo, em patamares que
podem levar ao chamado processo de desertificação.
Um dos últimos
mapeamentos feitos pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de
Satélites da Universidade Federal de Alagoas (Lapis) revelou que a região tem hoje
230 mil km² de terras atingidas de forma grave ou muito grave pela
desertificação. De acordo com esse levantamento, na Paraíba, apenas na
microrregião de Patos, 74,99% das terras tem alto nível de desidratação – que
leva à desertificação – e 54,99% do território paraibano é classificado como em
alto nível de desertificação.
De acordo com o
secretário estadual de Infraestrutura e Recursos Hídricos, João Azevedo, dos
223 municípios paraibanos, 200 estão suscetíveis a processos de desertificação.
O fenômeno causa problemas para as populações que vivem nas áreas mais
degradadas, por que aumenta a temperatura ambiental e torna o solo infértil,
prejudicando a agricultura e, consequentemente, afetando a produção de
alimentos e a economia.
PBAgora