Quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Wilson Filho/Futura
Press
Com as possibilidades de o
ex-presidente Lula ser candidato a presidente cada vez menores, o PT trabalha
com a hipótese de boicotar as eleições do ano que vem, de acordo com reportagem
da BBC Brasil.
Nesse caso, além de não lançar um nome para disputar o mais alto
cargo do País, nomes do partido também não disputariam cargos de senador ou
deputado e se dedicariam a uma campanha internacional para denunciar o que
chamam de rachadura na democracia.
“O que estamos denunciando é que o impedimento de Lula seria uma
fraude nas eleições. (O boicote) é uma coisa que não está sendo oficialmente
discutida ainda, mas vai caminhar para isso se ele for impedido de ser
candidato. É um processo que não tem base jurídica”, afirmou à BBC Brasil a
presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
Lula já tem uma condenação em primeira instância no âmbito da
Lava Jato. No processo, ele é acusado de receber um tríplex da OAS como forma
de propina, o que nega. A situação do ex-presidente também se agravou depois do
depoimento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Se a sentença for confirmada em segunda instância, a candidatura
do líder petista fica barrada pela Lei da Ficha Limpa.
No entanto, de acordo com a BBC, ainda não há consenso dentro do
partido. Enquanto alguns defendem que essa seria uma saída honrosa para o
partido, outros enxergam a postura como arrogância.
O partido já decidiu que irá recorrer ao Supremo Tribunal
Federal para liberar Lula a concorrer em caso de condenação em segunda
instância.
À BBC Brasil, a presidente da legenda admitiu que não existe
plano B para o caso de o ex-presidente ser impedido de concorrer. Os nomes dos
ex-prefeito de São Paulo e do ex-governador da Bahia Jaques Wagner estão sendo
ventilados como alternativas.
“Não temos plano B. Plano B para quê? Haddad? Jaques Wagner?
Plano B é para perder a eleição? Nosso nome competitivo é o Lula e é com ele
que vamos para a eleição”, diz Gleisi.
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