Domingo, 03 de dezembro de 2017
Projeto da UEPB
já beneficia 37 famílias do Seridó paraibano onde não chove desde setembro.
Dessalinizador de água da
UEPB ganha prêmio nacional (Foto: Reprodução/Fundação Banco do Brasil)
Um dessalinizador de baixo custo, desenvolvido a partir da
captação de energia solar foi premiado nacionalmente no Prêmio Fundação Banco
do Brasil de Tecnologia Social 2017. O projeto beneficia 37 família em três
cidades da Paraíba onde, de setembro a dezembro deste ano, não choveu na
região, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (Aesa).
Custando até R$ 1 mil para produzir o
dessalinizador, a fase de experiência da implementou 28 unidades em três
assentamentos em Pedra Lavrada, Cubati e São Vicente do Seridó. O professor da
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Francisco Loureiro, que capiteaneou o
projeto, recebeu o prêmio em 23 de novembro.
O equipamento transforma água salobra em
potável e foi produzido a partir de uma experiência envolvendo alunos do curso
de Agroecologia e membros da Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às
Organizações de Autopromoção (COONAP), no campus II da UEPB, na cidade de Lagoa
Seca, na região do Agreste da Paraíba.
Segundo Francisco, o dessalinizador foi
projetado a partir de um trabalho de construção participativa, envolvendo
alunos e agricultores da região. A ideia surgiu diante da necessidade de
facilitar o acesso à água potável para as famílias que vivem em regiões com
escassez de água.
Os assentamentos Belo Monte I, em Pedra
Lavrada, Belo Monte II, na cidade Cubati, e Olho D’Água, em São Vicente do
Seridó foram os ambientes beneficiados com os equipamentos.
O professor credita à escassez da chuva na
região o incentivo para criar o dessalinizador e fazer com que as famílias
continuem sobrevivendo de suas terras, a partir de alternativas ecológicas e
técnicas.
Ainda de acordo com ele, a procura pelo
projeto tem sido grande por se tratar de um método simples, de baixo custo e
manutenção. O desejo dele é transformar essa iniciativa em um projeto de
política pública, igual aconteceu com a construção de cisternas.
Projeto utiliza energia
solar e transforma 16 litros de água salobra em potável por dia (Foto:
Reprodução/Fundação Banco do Brasil)
Quem desejar conhecer o projeto pode procurar a COONAP
ou fazer o contato direto com o campus da UEPB, que está à disposição para
contribuir. Ele diz que tem um trabalho de orientação com cartilhas
explicativas, o que facilita a compreensão das pessoas que procuram a
tecnologia.
Atualmente, segundo o professor, estão
sendo implementados 70 novas unidades do equipamento no município de Caraúbas,
no Cariri paraibano.
Dessalinizador
O modelo do
dessalinizador foi projetado em uma caixa construída com placas pré-moldadas de
concreto, com uma cobertura de vidro, que possibilita a passagem da radiação
solar.
Os processos de dessalinização e
desinfecção da água, segundo o professor, ocorrem quando a alta temperatura no
interior do dessalinizador provoca a evaporação da água, que entra em contato
com a superfície resfriada e faz o condensamento, retirando os sais antes
existentes.
O método também elimina bactérias que
podem causar doenças. Cada unidade do dessalinizador produz um volume de água
potável de 16 litros por dia.
Premiação
O prêmio
Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social contemplou sete projetos, com
troféus de vencedores e o valor de R$ 50 mil para cada experiência, destinados
à expansão, aperfeiçoamento ou reaplicação da metodologia. Foram inscritos no
processo o total de 735 projetos, com 18 finalistas nas categorias nacional e
três na internacional.
Os outros projetos premiados durante o concurso foram desenvolvidos nos
estados de São Paulo, com duas experiências; Bahia, Ceará e o Distrito Federal.
Na categoria internacional, o projeto vencedor foi produzido na Argentina.
Por G1 PB