Segunda-feira, 09 de setembro de 2019
A
erradicação global da malária, uma das doenças mais antigas e mortais do mundo,
pode ser alcançada até 2050, mostra novo estudo publicado hoje (9) pela
comissão para a malária da revista científica The Lancet.
“Um futuro livre de malária pode ser alcançado tão cedo como em 2050”,
diz o estudo, de autoria de 41 dos principais especialistas mundiais em
malária, ciências biomédicas, economia e políticas de saúde.
A pesquisa mostra as evidências científicas, combinando-as com novas
análises epidemiológicas e financeiras que demonstram que – com as ferramentas
e estratégias certas e o financiamento adequado – a erradicação da doença é
possível no espaço de uma geração.
Os especialistas identificam três medidas para inverter a curva de
progressão da doença, acelerando a queda dos casos de malária em nível mundial,
incluindo um aumento anual de cerca de US$ 2 bilhões.
Entre as propostas dos especialistas estão melhorar a gestão e
implementação dos atuais programas de controle da malária, fazer uso mais
eficiente das atuais ferramentas, desenvolver técnicas inovadoras que permitam
ultrapassar os desafios biológicos da erradicação e disponibilização, por parte
dos países onde a malária é endêmica, de investimento financeiro adequado.
“Por muito tempo, a erradicação da malária foi um sonho distante, mas
agora temos provas de que a doença pode e deve ser erradicada até 2050”, disse
Richard Feachem, co-presidente da Comissão Lancet para Erradicação da Malária e
diretor do Grupo de Saúde Global da Universidade da Califórnia, San Francisco
(UCSF).
“O estudo diz que a erradicação da malária é possível no tempo de uma
geração, mas para alcançar essa visão comum não podemos continuar com a
abordagem atual. O mundo está num ponto crítico e devemos desafiar-nos com
metas ambiciosas e comprometer-nos com as ações ousadas necessárias para as
alcançar”.
Desde 2000, a incidência da malária e a taxa de mortalidade em nível
global caíram 36% e 60″, respectivamente. Foi registrado no período um aumento
do investimento na prevenção e tratamento da doença, que em 2016 chegou a US$
4,3 bilhões.
Hoje, mais da metade dos países estão livres da malária.
Por:
Agência Brasil