Sábado, 18 de janeiro de 2020
Regina Duarte foi convidada para ocupar a vaga de Roberto Alvim,
demitido nesta sexta-feira após copiar frases de um discurso nazista em um
pronunciamento oficial da pasta
A atriz Regina Duarte visita Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)
BRASÍLIA — O
presidente Jair Bolsonaro convidou a atriz Regina Duarte na tarde desta
sexta-feira para assumir a Secretaria da Cultura do governo federal. O convite
foi feito por telefone, numa ligação do próprio presidente. Segundo aliados de
Bolsonaro, Regina ficou de responder nos próximos dias.
A informação foi adiantada pela colunista
Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo", e confirmada pelo GLOBO.
Regina Duarte foi convidada para ocupar a vaga
de Roberto Alvim, demitido nesta sexta-feira após copiar frases de um discurso
nazista em um pronunciamento oficial da pasta. Até a definição do novo
secretário, assume interinamente José Paulo Soares Martins.
Ministros de Bolsonaro defenderam também o
nome do secretário de Audiovisual, André Sturm, como uma solução imediata para
o cargo. André Sturm passou por um pente fino do governo em dezembro quando
assumiu a área de Audiovisual.
Bolsonaro considerou insustentável a
permanência de Alvim no cargo e ainda considerou a gravação como um
“pronunciamento infeliz”. A aliados, o presidente justificou a demissão pelo
“amor a Israel”, como mostrou a colunista Bela Megale.
— Ele disse que tinha de demiti-lo por amor e
respeito a Israel. A questão de Israel é muito cara ao presidente. Ele nos
disse que não poderia permitir que feridas que jamais serão cicatrizadas sejam
expostas no governo dele — descreveu o deputado Ottoni de Paula (PSC-RJ), que
estava na sala do presidente no momento da demissão.
A demissão de Alvim ocorreu após ele copiar
uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, em
um pronunciamento. O vídeo foi divulgado para anunciar o Prêmio Nacional das
Artes, projeto no valor total de mais de R$ 20 milhões.
Além disso, o anúncio traz como fundo musical
a ópera "Lohengrin", de Richard Wagner, compositor alemão celebrado
pelo nazismo. A semelhança entre o discurso de Alvim e do ministro nazista foi
identificada primeiro pelo portal "Jornalistas Livres".
Por: O Globo