Terça-feira, 28 de janeiro de 2020
Autoridades de saúde da China afirmam que mais de 4 mil pessoas foram
infectadas.
O impacto econômico do surto de coronavírus continua a se espalhar, inclusive fora da China. (Foto: Reprodução)
O número de mortes
causadas pela nova variante do coronavírus chegou a 106 depois que autoridades
da província de Hubei anunciaram 24 mortes na manhã desta terça-feira
(28). Autoridades de saúde da China afirmam que mais de 4 mil pessoas foram
infectadas.
O premiê chinês Li Keqiang visitou Wuhan, foco
do surto, para demonstrar a seriedade com que Pequim está considerando o
problema. Li visitou pacientes e profissionais da área médica que estão atuando
na linha de frente de combate à doença.
As autoridades de saúde da China afirmam que
as pessoas que visitaram Wuhan e outras áreas afetadas serão monitoradas por um
período de duas semanas. He Qinghua, funcionário da Comissão Nacional de Saúde,
avisou que "qualquer pessoa que tenha sido infectada será imediatamente
encaminhada para um hospital e mantida sob quarentena".
O prefeito de Wuhan, Zhou Xianwang, admitiu
que a cidade não forneceu informações sobre a nova variante do coronavírus em
tempo hábil. Zhou atribuiu o atraso ao fato de que o governo local tinha a
obrigação de conseguir uma autorização antes de divulgar informações.
Até o momento, cerca de 65 casos foram
notificados em 17 países e territórios em todo o mundo.
A China está intensificando as medidas para
conter o vírus. O feriado prolongado do Ano-Novo Lunar foi estendido até 2 de
fevereiro. O surto também está afetando a economia chinesa. As autoridades em
Shanghai pedem que estabelecimentos comerciais na cidade permaneçam fechados
até o dia 9 de fevereiro.
Diversas escolas e creches na China decidiram
adiar a volta às aulas.
O diretor-geral da Organização Mundial da
Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, está em Pequim. Ele deve se reunir com
autoridades chinesas para discutir a melhor forma de combater o surto.
Impacto internacional
O impacto econômico do surto de coronavírus
continua a se espalhar, inclusive fora da China.
O governo chinês diz que o número de pessoas
que usam o transporte público em todo o país caiu cerca de 30% por cento no
sábado (25), o primeiro dia do Ano-Novo Lunar – em comparação com o mesmo
período no ano passado.
Outros países também estão sentindo os
efeitos. A China proibiu viagens em grupo para o exterior, incluindo o Japão.
O ministro da Revitalização Econômica do
Japão, Yasutoshi Nishimura, disse que os chineses representam cerca de 30% do
total de turistas estrangeiros no Japão. "E não é apenas isso, a produção
e o consumo chinês podem ser prejudicados caso a situação se prolongue. Há
preocupação de que isso poderia afetar a produção e as exportações japonesas,
bem como os lucros corporativos."
Nishimura também lembrou os riscos sobre a
volatilidade do câmbio e do mercado de ações, e acrescentou que vai monitorar
de perto as movimentações financeiras.
A Bolsa de Valores de Xangai, por exemplo,
retomaria suas atividades na sexta-feira (31), mas, até o momento, a informação
é de que não voltará a operar até a próxima segunda-feira (3).
Por: Agência Brasil