Sexta-feira, 08 de maio de 2020
Com baixo custo,
aproximadamente R$100, o aparelho será uma alternativa de tratamento clínico
para a Covid-19.
O equipamento é de uso pessoal e deve ser usado durante os 14 dias do tratamento de Covid-19. (Foto: UFPB)
Após criarem 40
capacetes com ventilação não invasiva para pacientes em estado grave por
Covid-19, pesquisadores do Laboratório de Fabricação Digital (FabLab) da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) realizam testes na rede de saúde
paraibana e devem liberar licença para comercialização quando a Agência de
Vigilância Sanitária (Anvisa) homologar o produto.
Com
baixo custo, aproximadamente R$100, o aparelho será uma alternativa de
tratamento clínico para a Covid-19. Diante da escassez de aparelhos de
ventilação no mercado, poderá ser usado em pacientes com necessidade de suporte
ventilatório, a fim de evitar intubações orotraqueais precoces – que, segundo
especialistas, “é um procedimento bastante invasivo e com riscos maiores de
contaminação”.
De
acordo com o coordenador do laboratório da UFPB, professor Euler Macêdo, os
capacetes estão sendo testados nos hospitais Universitário Lauro Wanderley (14
unidades), da Unimed (10 aparelhos) e Clementino Fraga (10 equipamentos), em
João Pessoa, e no Municipal (seis instrumentos), em Cabedelo, na Região
Metropolitana.
“Os
capacetes fazem parte de um projeto internacional e já foram utilizados na
Itália. Eles servem para auxiliar em uma etapa anterior ao processo de
intubação, possibilitando aos pacientes a recuperação sem a necessidade desta
ação. Submetemos aos testes 40 unidades e vamos esperar a homologação da Anvisa
para distribuir a licença de forma gratuita a quem tiver condições de produzir.
Até em larga escala”, almeja o professor.
Macêdo
afirma que o protótipo do capacete teve previsão de custos iniciais em R$100
por unidade e, com melhorias, “o preço final não ficará muito distante desse
valor”. Para o pesquisador da UFPB, como é de baixo custo, “será vantajoso para
as instituições de saúde”. O equipamento é de uso pessoal e deve ser usado
durante os 14 dias do tratamento de Covid-19.
Além
do professor Euler Macêdo, também atuam na inovação os pesquisadores Alberto
Oliveira Filho, Eliauria Martins e Luiz Regis. O protótipo desenvolvido pelos
pesquisadores foi feito com um capuz manufaturado de Policloreto de Vinila
(PVC), anel fabricado com impressora 3D, membrana de vedação cervical adaptada
de balão látex, conectores de saída e entrada de gases feitos com tubos de PVC.
O
professor Euler ressalta que, embora o processo de fabricação seja simples, a
equipe ainda está em busca de parceiros que possam aumentar a capacidade de
produção após a regulamentação pela Anvisa. Contatos devem ser realizados pelo
e-mail fablab@cear.ufpb.br.
Por: ClickPB