Segunda-feira, 22 de junho de 2020
Matéria do G1
Cerca de duas mil pessoas são
alvo de uma investigação feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) na
Paraíba por terem um padrão de renda alto, consideradas ricas, e mesmo assim
constarem na lista das beneficiários do estado que receberam pelo menos uma
parcela do auxílio emergencial pago pelo governo federal durante a pandemia do
coronavírus.
De
acordo com o superintendente da CGU na Paraíba, Severino Souza de Queiroz,
entre as pessoas identificadas como beneficiárias indevidas, por terem um alto
padrão de consumo, estão filhos de políticos, empresários e até proprietários
de embarcações.
Um
outro levantamento feito pela CGU em parceria com o Tribunal de Contas do
Estado da Paraíba (TCE-PB) já havia identificado quase 26 mil servidores
públicos de prefeituras e do governo do estado tinham recebido a ajuda de R$
600 indevidamente.
O
trabalho de cruzamento de informações está sendo feito a partir de base de dados
de vários órgãos com a planilha de beneficiários do auxílio emergencial
fornecida pelo Ministério da Cidadania. Severino Souza de Queiroz explica que
neste momento estão sendo identificados beneficiários indevidos por três
critérios:
proprietários
de veículos de alto custo
proprietários de embarcações
empresários ou sócios em grandes empresas
“Estamos usando a base de dados do Renavan, bem como identificando a lista de
pessoas jurídicas que constam como beneficiários. Além disso, temos recebido
uma série de denúncias, de pessoas que supostamente constam na lista como
beneficiário, mas que são filhos de grandes empresários, de políticos, de
pessoas que realmente não precisam dessa ajuda”, comentou.
Nos
dados preliminares da CGU, constam mais de 500 beneficiários empresários, mais
de mil pessoas que são proprietárias de veículos de alto padrão, com valor
médio de R$ 60 mil, e pelo menos 100 pessoas que são donas de embarcações.
Ainda
de acordo com Severino Souza de Queiroz, após o cruzamento de dados, as pessoas
enquadradas como beneficiárias que não atendem aos critérios, vão ser
notificadas a se explicarem e realizar a devolução voluntária dos valores
recebidos a partir da ajuda financeira disponibilizada pelo governo federal
para pessoas que estão passando por uma crise financeiro dentro da pandemia do
coronavírus.
Embora
pese a possibilidade dos identificados terem sido usados por golpistas, pois o
cadastro é feito com dados fáceis de serem obtidos, o superintendente da CGU na
Paraíba explicou que essas pessoas vão precisar devolver o dinheiro aos cofres
públicos de alguma forma.
Conforme
dados nacionais fornecidos pelo Ministério da Cidadania, que não possui o
detalhamento por estados da federação, até a sexta-feira (19), 47,7 mil pessoas
que receberam o benefício, mas não se enquadravam nos critérios da lei,
devolveram os recursos do auxílio emergencial.
Com
isso, voltaram aos cofres públicos R$ 39,6 milhões. Na Paraíba, segundo
levantamento divulgado pela Caixa Econômica Federal, aproximadamente R$ 2 bilhões
foram pagos a beneficiários por meio do auxílio emergencial desde o início do
calendário do benefício.
Por:
G1