Quarta-feira, 30 de junho de 2021
Matéria da Agência Brasil
Uma terceira dose da vacina
contra covid-19, produzida pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford,
produz forte resposta imune, disseram pesquisadores nesta segunda-feira (28),
acrescentando que ainda não há evidências de que essa dose de reforço é necessária,
especialmente devido à falta de vacinas em alguns países.
O estudo, da Universidade de Oxford, mostrou que uma terceira dose
da vacina aumenta as respostas imunes de anticorpos e de células T. Ao mesmo
tempo, a aplicação da segunda dose pode ser adiada para até 45 semanas após a
aplicação da primeira e, ainda assim, levar a um aprimoramento da resposta
imune.
O governo do Reino Unido diz que analisa planos para uma campanha
de aplicação de doses de reforço no outono do Hemisfério Norte, com três quintos
dos adultos já com as duas doses de vacinas contra covid-19 aplicadas.
Andrew
Pollard, diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, afirmou que as evidências de
que a vacina protege contra as variantes existentes por um período sustentável
significam que uma dose de reforço pode não ser necessária.
“Temos
de estar numa posição em que podemos aplicar a dose de reforço caso isso se
mostre necessário. Não temos, no entanto, nenhuma exigência de que será”, disse
ele a jornalistas.
“Neste
momento, com uma alta taxa de proteção na população do Reino Unido e nenhuma
evidência de que isso foi perdido, aplicar terceira dose no Reino Unido,
enquanto outros países têm zero dose, não é aceitável.”
Estudos
anteriores mostraram que a vacina, criada pela Universidade de Oxford e
licenciada pela AstraZeneca, tem eficácia maior quando o intervalo de aplicação
entre as doses é ampliado para 12 semanas, em vez de quatro.
A
pesquisa anunciada hoje foi divulgada sem a revisão de outros cientistas e
analisou 30 participantes que receberam uma segunda dose tardia e 90 que
receberam uma terceira dose. Todos os participantes tinham menos de 55 anos.
O
estudo ajuda a amenizar preocupações de que vacinas contra covid-19 baseadas em
vetores virais, como as da AstraZeneca e da Johnson & Johnson, possam
perder sua potência se aplicações anuais forem necessárias, dado o risco de que
o corpo produza resposta imune contra os vetores que carregam as informações
genéticas da vacina.
“Tem
havido algumas preocupações de que não poderíamos usa essa vacina num regime de
doses de reforço, e certamente não é isso que os dados estão sugerindo”, disse
a autora do estudo Tereza Lambe, do Instituto Jenner, de Oxford, à Reuters.
Por: Agência Brasil