Segunda-feira, 23 de agosto de 2021
Matéria do Site 180 Graus
Jackeline
da Costa Melo tinha 22 anos e estava grávida de oito meses
da primeira filha, uma vida de sonhos pela frente,
interrompida de forma brutal e cruel. A jovem deixou a família em
Campo Grande (MS) e mudou-se para Aracaju com o companheiro Edielson Santos
Vidal, 31, com quem mantinha um relacionamento desde 2017. As informações são do F5 News.
A reportagem do F5 News apurou
que Edielson é natural de Aracaju, mas morou em Campo Grande, onde manteve com
Jackeline uma empresa de serviço de mototáxi.
Segundo a polícia, o casal
alugou um imóvel na Travessa Santa Cecília, no Robalo, Zona de Expansão de
Aracaju, e estava morando no local há cerca de dez dias. Os vizinhos não tinham
nenhum contato com eles, mas disseram à polícia ter ouvido gritos durante a
madrugada. Quando os militares chegaram, já na manhã desta quinta-feira
(19/08), encontraram a jovem sem vida. Jackeline foi degolada com uma faca de
mesa. Após o crime, Edielson saiu da casa e voltou já pela manhã, quando foi
preso.
O Serviço de Atendimento Móvel
de Urgências (SAMU) foi acionado, mas como a morte ocorreu na madrugada, o bebê
– uma menina – também já estava morto.
De acordo com o tenente-coronel
Jorge Cirilo, comandante do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur),
Edielson disse que matou a mulher porque foi traído por ela. Jackeline faria
23 anos na próxima terça-feira, dia 24.
A Polícia Civil investiga também
se Jackeline era mantida em cárcere privado, já que os vizinhos disseram nunca
ver a jovem, apenas o companheiro dela. No local do crime, foi apreendido um
carro com restrição judicial, com placa do Mato Grosso do Sul.
O corpo da jovem permanece
no Instituto Médico Legal de Sergipe (IML). Edielson vai passar a noite em uma
delegacia da capital e, nessa sexta-feira (20), participa da audiência de
custódia. Além do crime de feminicídio, ele deve responder também pelo crime de
homicídio contra o bebê.
Jackeline entra para uma
triste lista que não para de crescer, a de mulheres vítimas de feminicídio. Com
ela, somente neste ano, já são 11 vítimas assassinadas em Sergipe, por aqueles
que um dia fizeram a elas juras de amor. Segundo dados da Coordenadoria de
Estatística e Análise Criminal (CEACrim) em todo ano de 2020, foram 14
registros no estado.
Um levantamento do CEACrim
aponta também que os crimes de ameaça, injúria e lesão corporal são os
principais registros de violência contra a mulher nos seis primeiros meses
do ano. O estudo aponta ainda que apenas os casos de ameaça no âmbito da Lei
Maria da Penha somam 1.403 ocorrências neste ano.
A Secretaria da Segurança
Pública (SSP) orienta que, nos casos de violência contra a mulher, a Polícia
Militar pode ser acionada por meio do Centro Integrado de Operações em
Segurança Pública (Ciosp – 190), nas situações em que o crime esteja ocorrendo.
As denúncias também podem ser feitas por qualquer pessoa por meio do
Disque-Denúncia da Polícia Civil, no telefone 181. O sigilo é garantido. O
telefone do DAGV, unidade plantonista que funciona 24h, é o (79) 3205-9400.
Por: 180 Graus