Sábado, 26 de fevereiro (02) de 2022
O cortejo com o corpo da artista
chegou ao município durante a manhã e foi acompanhado por milhares de pessoas.
Influenciador digital Carlinhos Maia durante velório de Paulinha Abelha em Aracaju — Foto: Anna Fontes/ TV Sergipe
Foi
sepultado por volta das 17h desta sexta-feira (25) o corpo da cantora Paulinha Abelha, no município de Simão Dias, cidade natal da artista que morreu na noite de quarta, após 12 dias internada em Aracaju para tratar problemas renais.
O
cortejo com o corpo da artista chegou ao município por volta das 9h30 desta
sexta para ser velado no Ginásio de Esportes José Maria, onde ficou aberto ao
público, assim como ocorreu durante toda a quinta (24), no Ginásio Constâncio
Vieira, na capital.
Por
volta das 15h, um cortejo fúnebre saiu em direção ao Cemitério São João
Batista, acompanhado por milhares de simãodienses e pessoas que vieram de
cidades e estados próximos. Artistas circenses fizeram apresentações durante o
percurso.
Cortejo fúnebre de Paulinha Abelha em Simão Dias (SE) — Foto: Rafael Carvalho/TV Sergipe
Aristas circenses durante cortejo fúnebre de Paulinha Abelha em Simão Dias (SE) — Foto: Rafael Carvalho/TV Sergipe
Homenagens em Aracaju
O corpo da cantora começou a ser velado ainda na
madrugada dessa quinta-feira (24) em um velatório da capital. A cerimônia foi
restrita à família e amigos próximos.
No começo da manhã, o corpo foi levado para o Ginásio Constâncio
Vieira, onde foi velado durante todo o dia e madrugada.Milhares de fãs prestaram homenagens, líderes
religiosos cantaram e também fizeram reflexões sobre a brevidade da vida.
Os cantores e ex-cantores da banda Calcinha Preta cantaram
sucessos que foram eternizados na voz de Paulinha Abelha. Bastante emocionados, eles contaram com o apoio do público em vários momentos.
Famosos
como o cantor Raí Saia Rodada e os digitais influencers Carlinhos Maia e Lucas
Guimarães também estiveram presentes na despedida à Paulinha Abelha.
"Foi
uma perda e tanto. Esse palco vai ficar vazio sem ela. Nossa abelhinha está
pousando em outras flores, com o Pai", disse o cantor e colega de banda
Daniel Diau.
Corpo de Paulinha Abelha é velado em Aracaju — Foto: Gilton Rosas
Corpo de Paulinha Abelha saindo de velatório para ginásio — Foto: Fábio Nascimento
A
vocalista da banda Calcinha Preta estava internada há quase duas semanas em
unidades de terapia intensiva (UTI), para tratamento renal. A cantora morreu às
19h26 em decorrência de um quadro de comprometimento multissistêmico, segundo
nota divulgada pela assessoria de comunicação do Hospital Primavera (veja mais abaixo).
Paulinha Abelha foi internada no Hospital Unimed, após
sentir dores, logo depois de ter chegado a Aracaju depois de uma turnê com a banda, em São
Paulo. Dias depois, o caso evoluiu para um coma profundo.
Fãs se reúnem na porta do Hospital Primavera, em Aracaju, após notícia da morte de Paulinha Abelha — Foto: Larissa Gomes
No dia 17, ela foi transferida
para o Primavera, sob os cuidados de equipes médicas de terapia intensiva,
neurologia e infectologia (leia abaixo mais detalhes
sobre a internação).
No dia 23, segundo nota divulgada pelo hospital, Paulinha teve
agravamento de lesões neurológicas. A morte encefálica da cantora foi
confirmada após exames clínicos específicos. Paulinha era casada com o modelo
Clebinho Santos e não tinha filhos.
Os amigos se mobilizaram em uma
campanha de doação de sangue para a artista, que passava por hemodiálise.
Correntes de orações foram realizadas durante dias por fãs em frente aos hospitais
em que ela ficou internada, mas Paulinha não resistiu.
Questionada sobre possíveis sequelas, a equipe médica que a
acompanhava disse em entrevista coletiva na terça-feira (22) que o maior desafio era "mantê-la viva".
Nota do hospital sobre a morte de Paulinha Abelha — Foto: Reprodução
Quem foi Paulinha Abelha
Natural do município de Simão Dias, no interior de Sergipe, Paula de Menezes
Nascimento Leça Viana, trabalhou com pai comercializando em feiras livres.
Começou a carreira como cantora profissional na banda Panela de Barro, onde fez
dupla com o cantor Daniel Diau.
Os
dois voltaram a cantar juntos na Calcinha Preta, que também é composta, atualmente, por Silvânia
Aquino e Bell Oliver. A história na banda tem idas e vindas, mas começou no
final dos anos 90, quando o empresário Gilton Andrade a descobriu. Ao todo, ela
gravou 21 CDs e três DVDs.
A
cantora foi homenageada na música que leva o seu nome, "Paulinha".
Deixou a banda em 2009 para integrar a G.D.Ó. do Forró com Marlus Viana, com
quem foi casada. Em 2014, retornou para a Calcinha Preta. Em 2016, Paulinha deixou a banda para formar
dupla com a Silvânia Aquino, retornando ao grupo em 2018.
Entre os maiores sucessos
interpretados por Paulinha estão as músicas: 'Você Não Vale Nada",
''Furunfa", "Baby dool", "Louca por ti", "Sonho
Lindo", "Armadilha", "Paulinha" e "Ainda te
amo".
A Calcinha Preta gravou
um DVD de 25 anos em fevereiro de 2020 e retornava à rotina de shows após meses
sem apresentações por conta da pandemia.
Até a internação de Paulinha, o último compromisso do grupo foi a
gravação do podcast Podpah, em São Paulo, no dia 8 de fevereiro.
Veja a cronologia da internação:
---11 de fevereiro - A
cantora Paulinha Abelha foi
hospitalizada em Aracaju depois
de chegar de uma turnê com a banda Calcinha Preta em São Paulo. A
internação foi para tratar de problemas renais, mas a causa não foi divulgada;
---14 de fevereiro - O quadro da
cantora se agravou e ela foi transferida para a UTI. A partir daí, passou a
fazer diálise;
---17 de fevereiro - O boletim
médico desse dia informou que Paulinha estava em coma e, por causa da
instabilidade neurológica, não tinha condições clínicas suficientes para a
transferência. No fim da noite a situação mudou e ela foi transferida para o
Hospital Primavera, na Zona Sul de Aracaju, para fazer novos exames
renais;
---18 de
fevereiro - O boletim médico informou que a artista permanecia em coma,
clinicamente estável, com quadro de infecção controlado e respirando com o
suporte de aparelho. A assessoria da cantora disse ainda que estava descartada
a possibilidade de morte cerebral, e que naquela tarde ela passaria por mais
uma sessão de hemodiálise. Segundo a assessoria, Paulinha estava sendo
submetida a um novo tratamento, que só deveria apresentar resposta em 72 horas.
Com relação à transferência para hospital de outro estado, a assessoria
informou que não havia previsão de quando poderia acontecer;
---19 de
fevereiro - No fim da manhã do sábado, novo boletim informava que após a investigação
com exames complementares, foi afastada a possibilidade da cantora estar com
"doenças infecciosas de interesse epidemiológico para a comunidade".
O documento não trouxe mais detalhes sobre quais doenças seriam essas. À noite,
os médicos informaram que ela estava intubada e em coma persistente;
---20 de fevereiro - Segundo o
boletim médico do domingo, a cantora apresentou quadro neurológico grave e
permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela também
continuava em coma e intubada;
---21 de fevereiro - na
segunda-feira, a artista seguia com quadro neurológico grave, sem sinais de
instabilidade hemodinâmica, respirando com a ajuda de aparelhos e necessitando
de diálise.
---22 de fevereiro - Na terça, de
acordo com o boletim, ela permanecia com o quadro neurológico grave inalterado,
sem necessidade de medicamentos para ajuste da pressão, respirando com a ajuda
de aparelhos e necessitando de hemodiálise para ajuste da função renal. No
final da tarde, os médicos que acompanhavam a cantora concederam entrevista
coletiva e definiram o estado de coma dela com o nível 3 na Escala de Glasglow,
que se caracteriza como o mais profundo.
---23 de
fevereiro - O último boletim divulgado pelo hospital, no começo da tarde de
quarta-feira informou que a cantora permanecia em coma com quadro neurológico
grave inalterado, respirando com a ajuda de aparelhos, fazendo hemodiálise e em
monitoramento contínuo das disfunções neurológica, renal e hepática. À noite, o
hospital emitiu a nota de falecimento.
Por: g1 SE