Sexta-feira, 13 de maio-05 de 2022
Matéria do Folhapress
Foto: Divulgação
RENATA
GALF SÃO APULO, SP (FOLHAPRESS) – A Meta, que reúne as empresas Facebook, Instagram
e WhatsApp, apresentou nesta quinta-feira (12) à imprensa um resumo das medidas
que vêm sendo tomadas pelo grupo contra as fake news nas eleições deste ano no
país.
Parte
delas integra os acordos das plataformas com a Justiça Eleitoral, no âmbito do
programa de combate à desinformação.
Uma das
medidas inclui um centro de operações para monitoramento no período próximo ao
primeiro e ao segundo turno eleitoral, que acontecerão em outubro.
Ela já
foi implementada nas duas últimas eleições brasileiras, em 2018 e 2020. A
empresa não informou qual o período que a força-tarefa funcionará, tampouco
quantas pessoas estarão envolvidas.
Questionada
sobre quantos funcionários estão envolvidos com o tema no país, incluindo
moderação de conteúdo, a empresa também não informou.
Entre
os focos do centro de operação estarão a identificação de redes de
comportamento inautêntico coordenado para, segundo a empresa, interromper
movimentos que busquem interferir no pleito. A identificação de tais redes não
decorre do conteúdo que está sendo disseminado, mas do comportamento, ao
envolver por exemplo, uma rede de contas falsas.
Essa é
uma regra fixa da empresa. Segundo a Meta, desde 2017, no mundo, foram removidas
mais de 150 redes.
Além das redes inautênticas, as regras do Facebook e Instagram preveem itens
que podem ser removidos, entre eles estão informações incorretas sobre as
eleições, como datas e horários, bem como postagens com apelo à violência eleitoral.
Não há
regras claras, contudo, envolvendo postagens que aleguem fraudes sem
comprovação ou que se recusem a aceitar o resultado eleitoral.
Dentro
da parceria com o TSE, em 2022, uma novidade é que Facebook e o Instagram
oferecerão um canal de denúncias exclusivo para a equipe do tribunal.
Nos
casos de notícias falsas, ao invés de remoção, o alcance das postagens é
reduzido em 80%, conforme checagem de agências parceiras. Um ponto geralmente
criticado, entretanto, é que tal parceria não inclui postagens de políticos.
De
acordo com a plataforma, nesses casos, há um rótulo, que vem sendo aplicado
desde o final de 2021, em postagens sobre eleições em que o usuário é
direcionado a informações oficiais no site da Justiça Eleitoral.
No caso
do WhatsApp, que esteve no foco do debate sobre desinformação nas últimas
eleições presidenciais, os chamados mecanismos de fricção, que vêm sendo
implementados paulatinamente pela ferramenta desde 2018, estão entre os
destaques.
O
objetivo esperado das alterações é a diminuição do nível de viralização das
mensagens. Em 2019, o limite de encaminhamento de uma mesma mensagem passou a
ser de cinco conversas por vez.
Já em
2020 a empresa criou o conceito de “encaminhado varias vezes”, em que a
mensagem recebe uma seta dupla e só pode ser encaminhada para até um contato ou
grupo por vez. A partir desde ano, mensagens que já tenham sido encaminhadas,
só podem ser repassadas a um grupo por vez.
Uma
medida da plataforma que dá seguimento ao que ocorreu nas últimas eleições é o
canal de denúncias de disparos em massa exclusivo para o TSE.
No
contexto da parceria, em 2020, 1.042 contas reportadas pelo canal de denúncia
foram banidas. Ao todo, o número de contas banidas foi muito maior -a empresa
baniu mais de 360 mil no Brasil de setembro a novembro daquele ano.
Uma
novidade este ano é a implementação de canal oficial do TSE para se comunicar
com os eleitores brasileiros.
Outra medida que já vinha sendo desenvolvida anteriormente era os treinamentos
para autoridades e equipes da Justiça Eleitoral sobre as plataformas.
Por: Folhapress