Assassino confesso de 43 na Baixada é temido pela mãe, que está aliviada
com a prisão dele
Domingo, 14 de Dezembro de 2014
“Infelizmente, temos a certeza de que ele está dizendo a verdade’’. A
afirmação é de Denise das Graças, tia de Saílson José das Graças, de 26 anos,
que falou nesta sexta-feira sobre o pavor da família ao vê-lo na TV confessando
ser um serial killer. Segundo ela, a mãe do criminoso, Janilda Bonifácia,
chorou muito ao saber de sua prisão, mas, nesta sexta-feira, ficou aliviada.
— Ela se sentiu
melhor depois de perceber que, preso, Saílson não vai tirar a vida de mais
ninguém. Minha irmã passou boa parte da vida se mudando de três em três meses,
envergonhada pelos roubos que o filho praticava em casas vizinhas. Agora, vai
se mudar outra vez. Está com medo de sofrer represálias de parentes das
vítimas. E sente medo dele também. Saílson já a ameaçou com uma faca — contou
Denise.
PROMESSA DE MATAR
Segundo a tia,
Janilda cogitou ver o filho na Divisão de Homicídios, mas desistiu da ideia ao
lembrar das visitas que fez a Saílson nas duas ocasiões em que esteve preso,
por roubo e porte ilegal de arma. Denise contou que nunca registrou queixa numa
delegacia contra o filho por temer uma vingança.
— Numa ocasião,
Saílson puxou uma faca para ela. Disse que, um dia, iria matar a mãe e as irmãs
(de 23 e 25 anos). Quando foi preso pela segunda vez, em 2010, por porte ilegal
de arma, ele exigiu que Janilda lhe desse dinheiro a cada visita. Dizia que, se
a mãe não arrumasse grana, seria morto ou algo aconteceria a ela — afirmou a
tia.
FACADAS EM ANIMAIS
Denise contou que
Saílson começou a apresentar um comportamento violento aos 11 anos, depois que
seu pai morreu eletrocutado num acidente de trabalho. Na época, ele teria
começado a matar gatos e galinhas a facadas, e, ao chegar à adolescência,
passou a invadir casas para roubar bombas d’água. A família, no entanto, não
acredita que o criminoso tenha um distúrbio mental: para parentes, ele se
tornou um matador de aluguel. A tia lembrou que, recentemente, Saílson saiu
duas vezes de madrugada com um motociclista e, na última, apareceu em sua casa
com as mãos sujas de sangue.
— De vez em quando,
ele vinha para minha casa e um rapaz branco e alto o buscava de moto. Um mês
atrás, o sujeito apareceu às 2h30m e meu sobrinho o esperava. Saílson voltou às
7h com as mãos ensanguentadas e não quis contar o que aconteceu — disse a tia,
acrescentando que o criminoso chegou a ser internado numa clínica de
reabilitação em Cascadura, mas fugiu no início do tratamento.
O Globo