Quinta-feira, 08 de Outubro de 2015
Jackson terá de usar, por dois meses, uma órtese para manter seu corpo estável (Reprodução/ 7news)
Não foram apenas o pai e a mãe
do menino Jackson Taylor que usaram o termo “milagre” para descrever a
recuperação do filho após um grave acidente de carro.
O
próprio médico que operou o garoto australiano de apenas 1 ano e quatro meses
afirmou que, diante da gravidade do caso, o sucesso da cirurgia era um
“verdadeiro milagre”.
No dia
15 de setembro, o garoto estava no carro com sua mãe e sua irmã de 9 anos em
uma rodovia em Nova Gales do Sul, na Austrália, quando eles se chocaram contra
outro veículo a 110 quilômetros por hora.
O
impacto da batida foi tão forte que Jackson quebrou duas vértebras do pescoço e
a clavícula – seu crânio foi separado de sua coluna vertebral, no que é
conhecido como deslocamento atlanto-occipital ou decapitação interna.
Em uma
cirurgia que durou mais de seis horas, os médicos usaram um microfio e uma
parte da costela de Jackson para conectar novamente as vértebras.
Mãe criou petição online para endurecer punição
contra motoristas irresponsáveis, como os que causaram o acidente com sua
família (Foto: Reprodução/ 7news
“Para começar, muitas crianças
não sobreviveriam a esse tipo de lesão. E se sobrevivessem e fossem
ressuscitadas, então, talvez não conseguissem respirar e ou se mover
novamente”, disse o cirurgião Geoff Askin, que afirmou ter sido a pior lesão
desse tipo que ele já havia visto. “Então, conseguir salvar a medula e
sobreviver… foi um verdadeiro milagre.”
O garoto
agora terá de usar, por dois meses, uma órtese para manter seu corpo estável.
Mas depois disso, ele deverá ter uma vida normal.
A irmã
de Jackson também teve fratura de vértebras. Ela também foi operada e passa
bem.
‘Cavalo de pau’
Rylea
Taylor, a mãe de Jackson, conta que quando seu carro se aproximou da curva, uma
nuvem de poeira cobriu a rodovia – causada pelo carro, dirigido por garotos que
treinavam “cavalo de pau” na beira da estrada.
“Eles
soltaram o breque e foram direto para a estrada. Eu brequei. Mas a batida foi
tão forte que todos os airbags foram ativados.”
“Minha
filha estava inconsciente, meu filho de 16 meses estava gritando. Os dois
estavam com o rosto sangrando. Quando eu tirei Jackson do carro, soube na hora
que seu pescoço estava quebrado”, disse.
“Enquanto
eu chutava a porta do carro para conseguir abri-la, eu fiquei frente a frente
com esses três garotos irresponsáveis, de uniforme escolar, que quebraram minha
família.”
No
hospital, ela teve outro encontro com os garotos. “Quando eu os vi, eles
estavam olhando para baixo. Eu gritei com eles para que eles olhassem para meus
filhos, para ver o que eles tinham feito. Mas eles não se importaram. Eles nem
olharam.”
Revolta
Inconformada
com a situação dos garotos que provocaram o acidente, Rylea lançou uma petição
online no site Change.org pedindo punições mais duras para motoristas
irresponsáveis.
Ela
conta que, de acordo com a polícia australiana, os garotos devem receber uma
suspensão da carteira e uma multa.
“Três
garotos decidiram dar cavalo de pau e cantar pneus perto de uma curva em um
rodovia, às 11 horas da manhã. A estupidez dessas pessoas custou à minha
família mais do que você pode imaginar”, disse ela, na petição.
“Eu
espero que meus filhos possam fazer esportes, possam pular numa cama elástica,
brincar, correr e serem crianças. Eles agora vão passar por sessões de
reabilitação e fisioterapia, terão cicatrizes e uma vida diferente do que eu
imaginei para eles. É triste saber que não há nada que você possa fazer
para controlar os outros. Mas se alguém destrói a vida de outra pessoa, ele não
merece apenas um tapinha na mão e uma segunda chance. É preciso tirar sua
carteira de motorista e puni-lo de acordo.”
UOL Notícias
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