Sexta-feira, 27 de Novembro de 2015
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), pediu nesta
quinta-feira, 26, ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que mande o
caso envolvendo o ex-líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS),
diretamente para o Conselho de Ética.
Em um telefonema,
Cássio argumentou com Renan que a medida tem amparo regimental. A Mesa Diretora
do Senado, presidida por Renan, tem competência para mandar diretamente para o
Conselho de Ética um pedido referente ao decoro parlamentar. O envio do caso ao
colegiado já foi preparada pela assessoria do presidente da Casa, mas só não
foi remetida porque falta uma assinatura do peemedebista.
O presidente da Casa
ficou de dar uma resposta ao tucano em breve, possivelmente aceitando o caso.
Numa sessão histórica ontem, os senadores entenderam numa votação aberta que
Delcídio, ao tentar evitar que o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró o implicasse
numa delação premiada da Operação Lava Jato, tem de permanecer preso.
Liderados pelo
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), os partidos de oposição traçaram
uma estratégia para averiguar o caso envolvendo o petista. Eles defendem que,
para evitar que a representação contra Delcídio seja "carimbada" por
um determinado partido, iriam cobrar que Renan mande o caso por conta própria
para o Conselho de Ética.
Assim como a Mesa
Diretora, partidos políticos também têm competência para apresentar um pedido
por quebra de decoro contra senadores. Nessa estratégia, ainda há embutido um
cálculo político. Os senadores querem tratar o caso envolvendo Delcídio - um
senador com trânsito fácil na base e na oposição - como da
"instituição" e não como de cada partido.
Com a prisão
preventiva, o petista está automaticamente licenciado do cargo ainda por 120
dias. A avaliação de senadores da base e da oposição é que um julgamento de
mérito do caso - que pode levá-lo à cassação - só ocorrerá no próximo ano.
Diário do Poder