Terça-feira, 01 de Dezembro de 2015.
Bancada de
oposição apresentou ao Conselho de Ética pedido de cassação do senador petista.
A Rede
e o PPS apresentaram na tarde desta terça-feira (1º) representação contra o
senador Delcídio do Amaral (PT-MS) no Conselho de Ética do Senado. O documento,
que pede a cassação do mandato de Delcídio, foi protocolado pelos líderes – e
únicos representantes – dos dois partidos no Senado, Randolfe Rodrigues
(Rede-AP) e José Medeiros (PPS-MT). O DEM e o PSDB manifestaram apoio à
representação e participaram do ato, mas não assinaram o documento.
Delcídio foi detido na última quarta-feira (25), pela Polícia
Federal, acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
O senador paraibano Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado,
explicou que não assinou a representação para não acabar com as chances de um
senador das bancadas do PSDB e do DEM ser relator do processo no Conselho de
Ética.
O regimento do Senado estabelece que a escolha do relator do caso – se o
presidente do colegiado decidir pela continuidade do processo – ocorrerá por
sorteio.
Esse sorteio, de acordo com as regras do Senado, deve ser,
"sempre que possível", entre membros que não sejam do mesmo partido
do representado – o PT, neste caso – e tampouco dos partidos que entraram com a
representação – Rede e PPS. Dessa forma, o PSDB e o DEM, que juntos têm três
cadeiras no Conselho de Ética, esperam concorrer à relatoria.
"Se todos os partidos subscrevessem a representação, nós
estaríamos com embaraço regimental porque, pelo regimento, todos eles estariam
impedidos de assumir relatoria. Então ficou decidido que a Rede e o PPS
firmaram a representação e os líderes do DEM e PSDB estão apoiando a
iniciativa. Estamos cumprindo nosso papel institucional", disse Cássio
Cunha Lima.
Entenda
Em conversa que teve o áudio gravado, o senador do PT, Delcídio do Amaral ofereceu ajuda financeira à família do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Em depoimento a procuradores da República, o filho do ex-dirigente da estatal, Bernardo Cerveró, informou ter tido a oferta para receber R$ 50 mil mensais.
Em conversa que teve o áudio gravado, o senador do PT, Delcídio do Amaral ofereceu ajuda financeira à família do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Em depoimento a procuradores da República, o filho do ex-dirigente da estatal, Bernardo Cerveró, informou ter tido a oferta para receber R$ 50 mil mensais.
Randolfe Rodrigues explicou que o documento pede a cassação do
mandato de Delcídio. "Diante da força dos acontecimentos, não cabe nenhuma
das outras punições previstas no regimento interno. A única punição que cabe,
no nosso entender, é a cassação. Isso será objeto do debate e da deliberação do
conselho", afirmou.
Da
Redação do WSCOM