Terça-feira, 05 de Janeiro de 2016.
Segundo a ONU o uso do preservativo com parceiros não regulares varia
entre 80% em países como a Namíbia até 30% em muitos outros países Foto: Getty
/ BBCBrasil.com
Cientistas
indianos e americanos dizem ter desenvolvido um novo preservativo que, além de
evitar o contágio pelo HIV, aumenta o prazer sexual.
A nova camisinha, de acordo com os pesquisadores, fará com que as
pessoas queiram usar a proteção - em vez de simplesmente adotá-la por razões de
segurança de saúde ou para evitar gravidez.
O
preservativo foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Centro de
Ciências da Saúde da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e financiado
pela Fundação Bill Gates.
Mahua
Choudhury, pesquisadora do centro, disse à BBC que a ideia era criar um produto
que protege o usuário e também ajuda a aumentar o prazer.
A nova
camisinha tem uma substância gelatinosa reforçada com antioxidantes que atacam
o vírus HIV caso ocorra um rompimento do preservativo, disse Choudhury.
Mas esses
antioxidantes "também estimulam as terminações nervosas e, por isso, geram
maior prazer sexual", acrescentou a cientista.
Resistência
Choudhury
lembra que muitas pessoas abrem mão dos preservativos por acharem que a
camisinha reduz o prazer na relação sexual.
E dados da
ONU indicam que, apesar de avanços nas duas últimas décadas, milhões de pessoas
no mundo todo ainda não têm acesso à camisinha ou não utilizam a proteção
devido a barreiras psicológicas e tabus sociais.
O Fundo
para a População da ONU afirma que o uso de camisinha em relações com pessoas
que não são parceiros(as) regulares varia de 80% em países como a Namíbia, na
África, até menos de 40% em outros países - incluindo alguns com altas taxas de
infecção pelo HIV.
Entre os
jovens de 15 a 24 anos o uso de preservativos varia entre 80% em alguns países
da América Latina até 30% em países a África Ocidental.
Tabus culturais e barreiras psicológicas levam milhões de pessoas a não usar camisinha
Foto: Getty Images
Crenças populares e fatores culturais têm um papel importante no uso da
camisinha.
Segundo Choudhury, o
projeto do novo preservativo visa justamente criar um produto que faça com que
mais pessoas se sintam motivadas a usar a camisinha.
"Isto faria com
que as pessoas comprassem um produto que as protege mas também torna a relação
sexual mais satisfatória", disse.
O mais interessante,
de acordo com a pesquisadora, é que não há nada parecido no mercado que ajude a
prevenir de forma tão eficaz o HIV.
Nova geração
O novo preservativo é
resultado de uma iniciativa da Fundação Bill Gates.
Há dois anos, Gates e
sua esposa, Melinda, colocaram à disposição de empreendedores fundos de até US$
100 mil para desenvolver uma "nova geração" de camisinhas mais finas
e eficazes.
O centro de pesquisas
da Universidade do Texas foi um dos beneficiados.
O objetivo do projeto da Fundação Bill Gates é motivar as pessoas a usar preservativos
Foto: Getty / BBCBrasil.com
Choudhury disse que,
até o momento, o preservativo ainda é um protótipo, mas já existe muito
interesse. Ela acredita que o produto estará disponível no mercado dentro de um
ano.
"Neste momento
estamos criando (os preservativos) e logo será uma questão de acertar os
detalhes", disse.
E quanto ao preço, a
pesquisadora afirmou que, uma vez que o preservativo comece a ser fabricado em
larga escala, será uma questão de centavos de dólares.
Terra