Sexta-feira, 01 de janeiro de 2016.
Um
assassinato ocorrido na noite de 28 de dezembro na localidade de
Walton-on-the-Naze, no Reino Unido, tem causado comoção e polêmica na
Grã-Bretanha. Aos 86 anos, Ronald King está sendo acusado de matar a mulher,
Rita King, de 81 anos, que sofria de demência, durante uma visita ao asilo em
que ela vivia.
Único
suspeito pela morte, causada por um disparo à queima roupa, o octogenário foi
encontrado com a arma na mão, ainda quente, e balbuciando justificativas por
ter supostamente acabado com a vida de sua companheira.
Para os
que conheciam o casal, Ronald amava muito a mulher, que sofria de demência, e
"adorava o chão em que ela pisava".
A história
trouxe à tona mais uma vez os debates sobre questões polêmicas como a
possibilidade de encerrar a própria vida e a eutanásia em casos de doenças de
sofrimento prolongado.
"Ele
estava tremendo e balbuciando algo como 'já sofreu o suficiente, já sofreu o
suficiente'. Dizia algo sobre ela não ser feliz", disse Julie Curtis,
administradora do asilo.
Para a
polícia de Essex, trata-se de um caso atípico.
"É
uma investigação fora do comum", disse o delegado Simon Werrett ao jornalDaily
Mirror.
Tragédia
e demência
Rita havia
dado entrada no asilo "De La Mer House" há seis meses, e Ronald havia
chegado ao local para se hospedar por uma semana, durante o feriado de Natal.
"Parecia
um casal lindo, mas estavam ficando cada vez mais doentes", disse uma
vizinha ao jornal britânico The
Guardian.
Outros
vizinhos relataram, ao longo do tempo, que Rita parecia sofrer de algum tipo de
demência e que Ronald tinha muita dificuldade em caminhar.
Já se sabe
que a arma que matou Rita é um revólver Enfield de 1934, arma utilizada por
soldados do Exército do Reino Unido entre 1939 e 1945. Segundo o tabloide The Sun, Ronald
teria tentado atirar contra si mesmo com a mesma arma, mas não teve forças.
"Não
posso acreditar. Não acreditava que Ronald teria forças para fazer isso, mas em
momentos de stress a gente encontra forças. Há que se admitir que estava sob
stress considerável, e que trata-se de uma tragédia terrível", disse o
vizinho aoDaily
Mirror.
Stella
Bone, outra vizinha do casal, disse que a demência é algo muito difícil de
lidar.
"Eu
trabalhei em um asilo por dez anos e sei que a demência é algo muito
complicado. Qualquer pessoa que não tenha empatia com alguém que tenha que
lidar com os efeitos imediatos da demência é porque nunca teve que passar por
isso", disse ao jornal The
Guardian.
BBC Brasil
Formado em radialismo,Cursou A FUNETECE,Ensino médio Completo,E-mail: radialistasergiothiago@gmail.com.