Sábado, 30 de abril de 2016.
O ex-vice-presidente da Caixa Econômica
Federal Fábio Cleto confirmou, na negociação para uma delação premiada, a
existência de pagamentos de propina a seu padrinho político, o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca da liberação de verbas do fundo de
investimentos do FGTS. De acordo com reportagem daFolha de S. Paulo, Cleto,
indicado ao cargo por Cunha, passou a negociar uma delação com a Procuradoria-Geral
da República (PGR) depois de ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão
da Polícia Federal, em dezembro, cinco dias depois de ter sido exonerado do
cargo.
A reportagem destaca que, caso confirmada sua colaboração,
este será o sétimo investigado da Operação Lava Jato que acusa Cunha de
envolvimento com corrupção.
Ainda segundo a Folha, as declarações foram dadas em uma fase
preliminar da delação. O acordo com a PGR está em fase adiantada de
negociações, mas só depois que for assinada com o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, a colaboração será encaminhada ao Supremo para
homologação.
Nesses relatos preliminares da colaboração, o ex-vice da
Caixa confirmou que houve os pagamentos de propina a Cunha relatados pelos
delatores da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco
Júnior. A reportagem afirma que, segundo os empresários, Cunha cobrou R$ 52
milhões de propina em troca da liberação de verbas do fundo de investimentos do
FGTS para o projeto do Porto Maravilha, do qual a Carioca obteve a concessão em
consórcio com as construtoras OAS e Odebrecht. A PGR investigava uma possível
ligação de Cleto com o esquema, quando ele entrou em contato em busca da
delação.
Jornal do Brasil