Às vezes deixamos que as emoções
falem mais alto. Amolecemos o coração e muitas pessoas se aproveitam disso para
nos magoar ou nos causar algum outro dano. Com facilidade quase infantil
baixamos a guarda… E o que recebemos, muitas vezes, é só hostilidade e angústia
do ser. Dizem o que querem e não se importam em nos ferir. Enfiam em nossos
corações adagas afiadas em forma de palavras ou até mesmo de atos. Nesse
momento, nos arrependemos de termos sido tão ingênuos.
O que
fazer? Sinceramente, não sei! Talvez revidar? Ou quem sabe descontar em
outro? É uma possibilidade! Mas, o que ganharíamos em retribuir mal com o mal?
Uma mágoa dada não cura uma mágoa recebida. Retribuir amargura com amargura é
um princípio seguido pelos pagãos e bárbaros – antigos e atuais. Porém, tem
momentos que parecemos mais bárbaros do que civilizados. É preciso lembrar –
principalmente quando o sangue sobe para a cabeça, como se costuma falar – o
que já disse o pregador: “A resposta branda desvia o furor, mas a dura suscita
à ira” (Pv. 15.1).
Aprendo
também com o apóstolo Paulo quando ele adverte: “Irai-vos, e não pequeis; não
se ponha o sol sobre a vossa ira” (Efésios
4.26). Paulo admite que podemos até ficar irados… O problema é
darmos lugar a essa ira ou afagá-la como um gato siamês deitado na cama,
sozinho com nossos pensamentos. Contudo, é preciso estar consciente de que se
dermos lugar à ira temos que também estar preparados para as consequências
catastróficas em nosso ser! Mas, também temos a opção de simplesmente
entregá-la a Deus, confiando que o resultado será sempre o melhor.
Creio
que você há de concordar comigo que existem ocasiões durante as quais é preciso
endurecer, senão nossos ofensores pensarão que somos seu saco de pancadas ou
nos transformarão em bodes expiatórios de suas frustrações. É necessário
derrubar as bancas dos cambistas das nossas almas, assim como fez Jesus no
templo (Mateus 21.12-13).
Mansidão não significa passividade, principalmente quando os ladrões da nossa
alegria e paz querem nos perturbar. Tem hora que é preciso dar um basta!
E olha
que Jesus foi aquele que disse: “…aprendei de mim que sou manso e humilde de
coração” (Mateus
11.29). O
grande problema é que Jesus era Jesus e conosco é diferente. Ele sabia e sabe
muito bem como agir em cada momento. Conosco, ou somos duros demais quando
deveríamos agir com ternura, ou agimos demais com ternura quando deveríamos ser
mais duros. Penso que por isso Ele disse: “aprendei de mim”. Como
precisamos aprender!
Ou como
diz a velha frase: “Há que endurecer-se, mas sem perder a ternura jamais”.
Será? A grande dificuldade é saber distinguir um momento do outro. Nessa hora
poderíamos dizer como os discípulos quando pensavam que o barco iria afundar:
“Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo”! (Mateus
8.25).
Pr.
Antônio Pereira Júnior, 1ª Igreja Congregacional de Guarabira (e-mail:oapologista@yahoo.com.br)