Domingo, 08 de maio de 2016.
Uma notícia boa para as futuras mamães: um
medicamento já usado no tratamento de doenças como a malária pode ser eficaz
para proteger o cérebro de fetos contra a infecção pelo vírus da zika. Mas os
pesquisadores alertam que antes de liberar o uso é preciso fazer testes em
humanos.
A descoberta é uma das mais importantes na luta contra o
vírus da Zika e pode ser mais uma arma poderosa no combate à microcefalia e aos
danos cerebrais causados pela doença, principalmente em fetos.
A equipe do Instituto de Biologia e do Instituto de Ciências
Biomédicas da UFRJ e do Instituto D'or, comprovou que o medicamento cloroquina
pode evitar que o vírus da zika danifique as células nervosas em formação.
Elas representam a formação do sistema nervoso nas primeiras
semanas de gestação, quando o vírus da zika é mais destruidor. E foram
produzidas em laboratório a partir de células tronco.
Ilustrações mostram o que acontece quando o vírus ataca. A
primeira imagem é de um grupo de células saudáveis ganhando a forma de um
neurônio. Na segunda, o mesmo grupo infectado pelo vírus da zika diminuiu de
tamanho e perde a forma.
Em imagens coloridas, está o que os pesquisadores
descobriram. Os pontos verdes são os vírus em pleno ataque. O tratamento com a
cloroquina reduziu o número de células infectadas em 95% e impediu a alteração
do formato.
O medicamento já é usado contra a malária e doenças
autoimunes, como o lúpus, e não tem contraindicação para grávidas.
“Existe esse potencial de se usar a cloroquina em mulheres
grávidas e a impedir que as células do sistema nervoso central do feto sejam
infectadas”, explica a professora do Instituto de Ciências Biomédicas Loraine
Campanati,
O grande alerta dos pesquisadores que essa ainda é uma
descoberta de laboratório. A cloroquina ainda não pode ser usada,
principalmente por mulheres grávidas para evitar a zika. Ainda são necessárias
algumas etapas do estudo para garantir o resultado contra a doença e os efeitos
dela em humanos.
Um dos desafios dos pesquisadores é descobrir a dosagem exata
da cloroquina no combate à zika, pra que ela não se torne um rico à saúde.
“O medicamento traz uma vantagem: ele já é conhecido e a
gente sabe que ele é seguro em mulheres grávidas, mas para certas indicações
terapêuticas. Pra essa nova indicação terapêutica a gente ainda precisa ter um
estudo clinico pra provar que é na mesma concentração que a segurança se mantém
a mesma”, diz o diretor do Instituto de Biologia, Rodrigo Brindeiro.
Globo.com