“Não saia da vossa boca nenhuma
palavra que cause destruição, mas somente a que seja útil para a edificação, de
acordo com a necessidade, a fim de que comunique graça aos que a ouvem”. (Efésios 4.29 – KJV)
Você soube o que aconteceu com fulano? (…)
Se você ficou curioso sobre o que eu poderia dizer a partir da
pergunta acima, pode ser que você seja uma pessoa que se agrada em saber as
agruras e os pecados dos outros e possivelmente se deleite com isso. Quando
falamos mal de alguém é porque nos julgamos melhores do que aquele alguém que
estamos falando. Nos sentimos bem pois, afinal, não foi a gente que
possivelmente praticou algum pecado. Você julga-se bom. Quase sem pecados.
Afinal, como disse o filósofo Jean-Paul Sartre: “O inferno são os outros”.
Seria mesmo verdade que o mal está no outro?
Quem fala mal do outro tem que estar numa posição privilegiada.
Ou então é apenas pura inveja do objeto da conversa. Vi esses dias uma frase
que me chamou a atenção. Dizia assim: “Você
não pode julgar as pessoas só porque elas pecam de uma forma diferente da sua”. Achei muito interessante e verdadeiro.
Afinal, quem não peca, quem não erra? Já disse Jesus: “Quem não tiver pecados
que atire a primeira pedra” (João
8.7).
No entanto, é verdade também que há pessoas que são venenosas – você conhece alguém assim? As palavras que saem da boca de muitas
pessoas são puro veneno. São pessoas que não conseguem falar bem de ninguém. Só
veem os defeitos e os ampliam com suas palavras carregadas de ódio disfarçado
de “minha opinião”. Onde “ser venenoso” transformou-se hoje em “ser
sincero”.
As pessoas esquecem de uma verdade inexorável: as palavras
ferem. E como ferem. Às vezes criam feridas que outros levam para o resto de
suas vidas.
O apóstolo Paulo nos adverte, em sua epístola aos Efésios, que
da nossa boca não deveria sair nada “torpe”. A palavra “torpe” aqui, em grego, é “sapros”, que é utilizada para árvores podres
que produzem frutos igualmente podres. São pessoas cujas conversas enegrecem a
alma, nem sempre a do objeto de detração, mas, com certeza, daqueles que
dialogam diabolicamente com aquele sorriso disfarçado nos lábios.
O que Paulo recomenda é que se faça justamente o contrário. As
palavras que deveriam sair de nossas bocas deveriam ser para a edificação, ou
seja, para o crescimento das pessoas e não para destruí-las. Palavras de ânimo.
Cheias de misericórdia e amor. Quando tratamos as pessoas assim estamos
praticando o Evangelho de Jesus. Caso contrário, seremos semelhantes aos
fariseus, religiosos cheios de razão e nenhum espírito de perdão e graça.
Jesus disse que a boca fala do que está cheio o coração (Mateus 12.34). Já pensou sobre isso? Quando falo mal
de alguém estou apenas expondo o próprio mal que há em mim. Se somos de fato
cristãos pensaremos duas vezes antes de falar de alguém. Ao invés de usar as
palavras como espada na vida dos outros, nossas palavras devem ser cheias de
consolo e graça. O apóstolo lembra-nos que devemos usá-las de forma boa,
edificante, no tempo certo e cheias da graça de Cristo. Como estamos precisando
de pessoas assim hoje em dia. A decisão é sempre nossa. A decisão de como usar
a língua é sua. Nesse sentido, ou seremos sábios ou tolos como diz Provérbios 12.18: “Alguém há cuja tagarelice é como
pontas de espada, mas a língua dos sábios é medicina”. Noutra versão diz assim: “As palavras do tagarela ferem como
espada de dois gumes, todavia a língua dos sábios promove a cura”.
Não coloque lenha nas fogueiras dos outros, você pode ser o
único que se queimará. A calúnia e difamação além de ser pecado é um crime. O
apóstolo Tiago nos adverte: “Assim
também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros
do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua
vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno” (Tiago 3.6). Lembre-se do que disse também o sábio
Salomão: “Sem lenha o fogo se apaga, sem o
caluniador encerra-se a briga” (Pv
26.20).
A sua língua tem ferido ou trazido cura aos seus ouvintes?
Responda sinceramente: se você pudesse engolir suas palavras, elas te nutririam
ou te envenenariam?
Pr. Antônio Pereira Jr.
(1ª Igreja Congregacional em Guarabira – PB).
E-mail: oapologista@yahoo.com.br
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